HomeGeralCidadesDoenças cardíacas lideram mortes no mundo, mas podem ser evitadas

Doenças cardíacas lideram mortes no mundo, mas podem ser evitadas

As doenças cardiovasculares seguem liderando as causas de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Estima-se que a cada 90 segundos uma pessoa morra em decorrência de alguma cardiopatia. Apesar da gravidade dos números, a própria OMS aponta que 80% dessas mortes poderiam ser evitadas com hábitos preventivos, acompanhamento regular e tratamento adequado.

Em alusão ao Dia do Cardiologista, celebrado nesta quinta-feira (14), especialistas voltam a chamar a atenção para os riscos da negligência e a importância do check-up cardiológico como ferramenta de diagnóstico precoce e cuidado ampliado.

“O coração é um órgão sensível a múltiplos fatores: genéticos, ambientais e comportamentais. Ao cuidar apenas quando há sintomas, perde-se a oportunidade de intervir antes que a doença se instale. O acompanhamento preventivo permite avaliar com mais profundidade o funcionamento do sistema cardiovascular e suas conexões com outros órgãos e condições clínicas”, explica a cardiologista Bianca Maria Prezepiorski, médica do Hospital Cardiológico Costantini.

A médica também destaca que a atenção à saúde do coração deve começar ainda na gestação, com o adequado acompanhamento pré-natal e o controle de fatores de risco por parte da gestante. “Condições como pressão alta, diabetes gestacional e dislipidemia materna, por exemplo, podem influenciar o risco cardiovascular do bebê e da própria mãe no futuro”, afirma.

A partir da infância e juventude, os hábitos de vida passam a ter papel central. Atividade física, alimentação balanceada, controle do estresse e acompanhamento médico regular são apontados como práticas essenciais para a manutenção da saúde cardíaca ao longo da vida.

Check-up cardiológico, a melhor forma de prevenção

O check-up cardiológico é estruturado para investigar de forma aprofundada o funcionamento do sistema cardiovascular.  Ao contrário da percepção mais comum, de que apenas alguns exames laboratoriais bastam para assegurar o bom estado de saúde, o check-up com o cardiologista investiga os fatores de risco e as condições associadas. Ou seja, ele acaba sendo mais completo e varia conforme idade, histórico familiar e fatores clínicos individuais. 

Alguns exames são considerados basilares na avaliação cardiológica:

  • Eletrocardiograma (ECG): Registra a atividade elétrica do coração e permite identificar alterações no ritmo cardíaco, além de infartos prévios.
  • Ecocardiograma: Exame de imagem que utiliza ultrassom para avaliar a anatomia do coração, função dos ventrículos, válvulas e fluxo sanguíneo.
  • Teste ergométrico (ou teste de esforço): Avalia a resposta do coração ao exercício físico, útil para investigar dores no peito e o desempenho cardiovascular.
  • Mapa 24h (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial): Mede a pressão arterial ao longo de 24 horas, identificando picos de hipertensão que não aparecem em consultas comuns.
  • Holter 24h: Registra a atividade elétrica do coração de forma contínua durante 24 horas para detectar arritmias silenciosas.
  • Exames laboratoriais: Incluem avaliação de colesterol total e frações (LDL, HDL), triglicerídeos, glicemia, função renal e, quando necessário, marcadores inflamatórios e hormonais.
  • Avaliação clínica detalhada: Inclui anamnese completa, histórico familiar, análise de estilo de vida (alimentação, sedentarismo, tabagismo, estresse), e exame físico.

O Dia do Cardiologista reforça uma mensagem que precisa ser constante: a de que a saúde do coração exige atenção contínua e não apenas em situações de emergência. A negligência, aliada à crença de que é preciso esperar por sintomas para buscar ajuda, contribui para o agravamento de quadros que poderiam ser tratados precocemente.

“Cuidar da saúde cardíaca deve ser entendido como um ato de responsabilidade individual. É também uma forma de garantir qualidade de vida e longevidade com autonomia. O diagnóstico precoce ainda é a melhor forma de prevenção”, conclui Bianca Maria Prezepiorski.

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