O roubo de cargas voltou a crescer e pressiona ainda mais o setor de transportes no país. No primeiro semestre deste ano, as ocorrências aumentaram 24,8% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística).
Em 2024, foram registrados 10.478 casos, com perdas estimadas em R$ 1,2 bilhão.
O aumento da criminalidade coincide com novas exigências regulatórias da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Uma portaria publicada em agosto obriga transportadoras a contratar três seguros: RCTR-C (colisão, tombamento ou incêndio), RC-DC (furto, roubo ou desaparecimento da carga) e RC-V (danos a terceiros).
Pela nova norma, as empresas do setor têm até 10 de março de 2026 para comprovar a regularidade das apólices, sob pena de suspensão do RNTRC, podendo fazê-lo presencialmente ou via integração digital com seguradoras.
“Diante dessa realidade, o seguro se torna requisito básico, mas, o verdadeiro diferencial competitivo será a capacidade de reduzir sinistros com tecnologia e inteligência”, afirma Tatiane Bueno, diretora executiva da Tecnorisk. Do contrário, alerta, os custos da operação tendem a crescer em um ambiente já pressionado por margens estreitas.
A executiva destaca que o aumento dos roubos também reflete a sofisticação das quadrilhas, que utilizam informações digitais e mapeiam rotas em tempo real. Na sua avaliação, a resposta precisa estar no mesmo patamar, com análise de perfil de motoristas, monitoramento em torre de controle, rastreamento inteligente e equipes de pronta resposta em campo.
Além do impacto financeiro direto, Tatiane alerta para os efeitos indiretos de cada carga roubada, que gera atrasos na entrega, elevação de preços e perda de confiança na cadeia logística. Para ela, o gerenciamento de risco deixou de ser uma escolha e tornou-se requisito fundamental para garantir a sustentabilidade dos negócios em um mercado cada vez mais regulado e pressionado pela escalada da criminalidade.
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