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Estágio ganha ainda mais relevância com as novas tecnologias

Por Antoninho Caron*

Que a diversidade traz vantagens concretas para as empresas, não apenas em termos de representatividade, mas também de criatividade e resolução de problemas, ninguém duvida. Seu valor aumenta em tempos de inteligência artificial e outras tecnologias, que estão transformando o mundo do trabalho. É nesse cenário acelerado que o estágio assume um papel ainda mais estratégico: ele conecta a energia e a visão dos jovens à experiência e ao conhecimento consolidado de quem está há mais tempo no mundo de trabalho.

Dar uma oportunidade de estágio, portanto, cria uma relação benéfica para todos. Os profissionais conhecem realidades, visões e estratégias diferentes. Já os estagiários colocam em prática o que aprendem nas universidades, com orientação de quem tem experiência. É a dinâmica tradicional do estágio, agora com o adicional da inovação que a sociedade e a economia tanto precisam.

Não é à toa que os números de contratação de estagiários estão em alta. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), as contratações de estagiários no país passaram de 642 mil para 877 mil, um crescimento de 37% entre os anos de 2023 e 2024. Para este ano, as projeções são ainda mais animadoras: a expectativa é de um aumento de 4,5% no número de estagiários, totalizando 1 milhão de contratações.

Esse é o maior volume registrado de estagiários no país desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), em 2012. E um sinal claro de que o estágio continua sendo um dos melhores caminhos para formar profissionais completos e preparados para os desafios de um futuro ainda cheio de incertezas. Ele coloca o estudante em contato com desafios reais, estimula a criatividade e o pensamento crítico e permite o desenvolvimento de competências socioemocionais que nenhuma máquina é capaz de reproduzir. Assim, o profissional estará pronto para entender e, até mesmo, dominar as máquinas.

A inteligência artificial e as novas tecnologias devem ser vistas como aliadas, mas é no convívio humano e no ambiente de trabalho que o conhecimento se transforma em solução. Ao abrir espaço para que jovens aprendam e experimentem, as empresas ganham novas ideias, perspectivas e energia. Ao mesmo tempo, formam pessoas mais preparadas para lidar com as transformações do mercado, garantindo competitividade para o seu futuro.

Mais do que preparar para o mercado, o estágio ajuda a construí-lo. E o melhor caminho para isso é investir em um programa de estágio sólido, estruturado e com metodologia clara, com a parceria e expertise das instituições de integração.

*Antoninho Caron é presidente do Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (CIEE/PR), doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestre em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e graduado em Administração de Empresas e Filosofia pela FAE Centro Universitário.

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