Quando pensamos que ainda existe um naco de luz no fim do túnel dentro da política nacional somos surpreendidos pela escuridão total. Assim podemos enxergar a Proposta de Emenda Constitucional da Blindagem que prevê mudanças nas regras para abertura de processos criminais e amplia foro privilegiado. A famosa “PEC da Bandidagem”.
Esta desonesta proposta mexeu, novamente, com os brasileiros que estão se movimentando para protestos em todo o país neste domingo, 21. Em Curitiba a manifestação está marcada para as 14 horas na Boca Maldita.
“Esta proposta é tão vergonhosa que nos faz pensar em nunca mais falar sobre o Congresso Nacional e até mesmo sobre política. Quando pensamos que chegamos no fim do poço, percebemos que ainda temos uma escada a mais para nos afundar”, disse o ex-senador Alvaro Dias.
Para ele, esta proposta, já aprovada na Câmara dos Deputados e que agora vai para o Senado, é mais um instrumento para “proteger a marginalia. Quem votou nela ou cometeu um crime ou está se preparando para cometer um crime”, observou Alvaro Dias.
O senador Oriovisto Guimarães já mandou um recado; “votarei contra a PEC porque trata-se de uma proposta sem sentido. Em vez de a Câmara dos Deputados votar medidas realmente relevantes, como o fim do foro privilegiado e o fim das decisões monocráticas, prefere criar este absurdo”.
Para o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a proposta que amplia a proteção judicial de parlamentares pode abrir caminho para a infiltração do crime organizado em assembleias legislativas e até em câmaras municipais.
O deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSD) pediu nesta quinta-feira, 18, que os senadores rejeitem e arquivem a PEC da Blindagem. “É uma vergonha nacional. Para mim, essa é a PEC da Bandidagem. Eu espero que o Senado da República dê um freio de contenção e arquive essa grande bobagem”, disse.
“Enquanto o povo enfrenta dificuldades, parte do Congresso aprova uma proposta que só serve para proteger parlamentares que efetivamente praticaram crimes contra o erário, dos que atentaram contra a democracia e dos que querem se esconder da Justiça atrás de um mandato parlamentar”, completou.
