Um dia após o Coritiba sagrar-se campeão da Série B do campeonato brasileiro, a família coxa-branca é surpreendida por uma proposta, no mínimo, indecente de um conselheiro do clube: mudar o nome do setor Renato Folador Junior, ex-presidente do Coxa.
Pouco antes da pandemia, Renato Folador — executivo respeitado, professor, ex-secretário de Estado e, acima de tudo, um homem sério — decidiu encarar um desafio que muitos chamariam de insanidade: assumir o Coritiba Foot Ball Club. A família, com razão, tentou dissuadi-lo. Mas Renato seguiu convicto, movido por aquilo que muito dirigente esqueceu no caminho: propósito.
Ganhou a eleição, tomou posse, colocou ordem na casa. E ficou pouco tempo — porque a Covid, essa mesma que tantos ousam tratar como resfriado, o levou. Um golpe duro, não só para o clube, mas para o futebol paranaense.
O mínimo que o Coritiba fez foi eternizar seu nome em um setor do estádio. Uma homenagem justa, humana, moralmente inquestionável. Algo que qualquer instituição decente faria para alguém que dedicou tempo, energia e — no fim — a própria vida ao clube.
Aí, como sempre, surge o iluminado da vez. Um conselheiro – Bryan da Silva Barros – que, sabe-se lá movido por que tipo de vaidade, resolveu propor a retirada do nome de Renato Folador do local. Uma ideia tão absurda que chega a ser ofensiva. Um escárnio. Um tapa na memória, na história e no respeito.
É o típico movimento de quem confunde função com holofote, cadeira com poder e conselho com palanque pessoal
Remover o nome de Folador não é uma “proposta”: é uma falta de caráter institucional. É cuspir no legado de um homem que fez mais pelo Coritiba em meses do que muitos fizeram em décadas.
A verdade é simples: honras não se retiram de quem as mereceu. E quem sugere isso revela mais sobre si do que imagina — e nada disso é positivo.


