Parceiro do Banco do Agricultor Paranaense, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) disponibilizou em 2025 R$ 133,4 milhões para investimentos em 985 projetos voltados ao desenvolvimento agropecuário no Estado.
A maior parte das iniciativas contempladas envolve energia renovável e modernização dos processos da pecuária de leite e de corte, mas projetos de biomassa e irrigação também se destacam. O BRDE participa do programa, que é coordenado pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), desde 2021, quando foi criado pelo Governo do Estado do Paraná. Ao longo desses anos, foram R$ 414 milhões investidos em 2.927 projetos.
De acordo com Carmem Truite, gerente operacional de convênios e produtores rurais do BRDE, a característica dos projetos é um recorte dos principais desafios enfrentados pelos produtores no dia a dia. “A energia está entre os maiores desafios e custos para a produção das famílias no campo. Quando esses agricultores e pequenos pecuaristas desenvolvem um projeto de energia renovável e alternativa, ganham economia e também autonomia, o que torna o investimento mais rentável e seguro. O valor economizado pode melhorar a qualidade de vida da família ou virar reinvestimento na atividade
Desde o início do programa, do valor total destinado aos projetos, R$ 114 milhões, foi de subvenção dada pelo Governo do Paraná. Gerenciados pela Fomento Paraná, por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), esse apoio financeiro permite a devolução parcial ou total dos juros pagos pelos produtores. Essa equalização é o principal mecanismo do programa.
O Governo do Estado devolve aos agricultores parte ou a totalidade dos juros pagos em financiamentos contratados. Os valores a serem devolvidos variam de acordo com o porte do produtor, o tipo de projeto financiado e o município onde o projeto será executado. Regiões com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média estadual tendem a receber um benefício maior, como uma alternativa de incentivo ao desenvolvimento regional.
“O Banco do Agricultor Paranaense é um exemplo de política pública que gera impacto direto na vida das famílias rurais e fortalece a economia regional. O BRDE tem orgulho de ser parceiro dessa e de outras iniciativas que levam crédito acessível e sustentável ao campo”, destaca o diretor-presidente do BRDE, Renê Garcia Júnior.
Além dos agricultores familiares e de pequeno porte, produtores maiores também podem acessar os recursos para iniciativas que abranjam, prioritariamente, energia solar, biomassa, irrigação e turismo. O objetivo é fomentar atividades que gerem impacto positivo na economia e no meio ambiente.

“Atender diferentes perfis de produtores, desde o pequeno agricultor até empreendimentos de maior porte, é fundamental para garantir que o desenvolvimento rural seja inclusivo e equilibrado. O BRDE oferece soluções financeiras que apoiem tanto a sustentabilidade ambiental quanto a competitividade econômica do setor”, afirma o diretor administrativo do BRDE, Heraldo Neves.
Atividades como a avicultura em larga escala e a suinocultura podem ser beneficiadas indiretamente. Produtores que queiram instalar painéis solares, por exemplo, para uso em criadouros, têm seus projetos enquadrados como energia renovável e estão aptos às subvenções. Projetos de modernização de processos, aquisição de equipamentos e melhoria na produtividade pecuária também estão enquadrados nos quesitos do banco por focarem na sustentabilidade.
“Incentivando a geração própria de energia, a produção de proteína animal no Paraná ficou muito mais competitiva. Na avicultura, por exemplo, que é uma das atividades que mais gastam energia, conseguimos reduzir bastante esse peso no bolso do produtor. Em 2019 a energia era o segundo maior custo, só perdia para a ração, e hoje já caiu para a quarta ou quinta posição no custo de produção das aves”, destaca o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes.
O Banco do Agricultor Paranaense conta com a parceria do BRDE, da Fomento Paraná e de outras instituições financeiras. O objetivo é incentivar, por meio de crédito subsidiado e subvenções econômicas, o desenvolvimento de produtores rurais, cooperativas e associações de produção, comercialização e reciclagem, e agroindústrias familiares, em projetos de geração de energia sustentável e irrigação.


