O 16º Festival da Lapa terminou neste domingo numa verdadeira celebração à diversidade no cinema brasileiro e também ao cinema paranaense, que teve uma participação de grande relevância neste ano. O principal vencedor da noite foi o filme “O Jardim dos Girassóis”, de inspiração espírita mas de realização capaz de agradar a todos os públicos, com a direção segura de Marcelo Antunez.
O júri formado pelos cineastas Hsu Chein e Calixto Hakim e pelo vereador da Lapa Bruno Bux deu seis prêmios ao filme: melhor filme do Júri Oficial, melhor diretor, melhor ator para Rodrigo Lombardi; melhor ator coadjuvante, para Daniel Ribeiro; melhor som (Daniel Martins) e melhor fotografia (Dante Belluti) – aliás, um show de imagens na região de Parati, no Rio, e de Cunha, em São Paulo.
O festival é promovido desde 2006 pelo Instituto Histórico e Cultural da Lapa e pelo Instituto Borges da Silveira numa das cidades históricas mais bem preservadas do Paraná e um dos destinos turísticos favoritos do estado. Dirigido desde sua primeira edição por Maria Inês Borges da Silveira, tem curadoria do cineasta Fernando Severo, um dos mais premiados diretores e montadores do Paraná.
Já o preferido do júri popular do festival escolheu o filme “Câncer com Ascendente em Virgem”, dirigido pela consagrada autora de novelas Rosane Svartman, que tem várias obras de sucesso escritas para a Rede Globo, inclusive a atual novela das sete, “Dona de Mim”. Baseado numa história real, o filme traz o drama de uma professora que enfrenta um diagnóstico de câncer de mama, mas consegue superar a doença com humor e capacidade de resistência, encontrando um novo significado na vida ao lado da filha, mãe e amigos. No elenco brilham Susana Pires e Marieta Severo.
Ao participar da premiação, o vereador Bruno Bux salientou a importância da mostra para movimentar o turismo e a economia do município da Lapa; e, principalmente, o trabalho do festival na formação de público e na divulgação do cinema brasileiro, uma vez que a cidade não dispõe de salas de cinema e toda a programação oferecida é totalmente gratuita.
Bux destaca ainda,assim como o diretor premiado Marcelo Antunez, a formação de novos diretores e outros trabalhadores para a indústria cinematográfica. Desde a primeira edição, são realizadas, em escolas da região, oficinas para a realização de curtas-metragens e de roteiros, que depois são exibidos ao público durante o festival.
Neste ano, uma oficina ensinou a produzir filmes com celular, “um aparelho que todo mundo tem, que todo mundo já usa fazendo filminhos e crianças e adolescentes receberam dicas para aprimorar a produção”, diz Marcelo Antunez. Ele diz que não se cansa de falar sobre o assunto sempre que dá entrevistas ou fala com amigos, porque considera que situações como esta são capazes de quebrar algumas das barreiras de entrada na carreira cinematográfica.
O filme paranaense “Bia mais um”, que cumpre atualmente temporada em dezenas de salas de cinema, recebeu três dos principais prêmios: o de melhor roteiro, para Wellington Sari, que também dirigiu o filme; o de melhor montagem, que é de Tomás von der Osten; e de melhor atriz, para Gabrielle Pizzato.
Já o filme o preferido do júri, “Câncer com Ascendente em Virgem”, recebeu os prêmios de melhor trilha sonora, que ficou com Flávia Tygel; e melhor atriz coadjuvante para Fabiana Carla.
O festival também prestou duas homenagens mais que especiais pela carreira de dois expoentes do cinema brasileiro: o diretor Guilherme de Almeida Prado foi homenageado pelo conjunto da obra; ele esteve presente com seu filme “A Palavra”, que também levou o prêmio de melhor direção de arte para Luís Rossi. E homenageou a carreira do ator Oscar Magrini, que recebeu o Troféu Tropeiro pela carreira, que conta com mais de setenta trabalhos no cinema e na TV, entre os quais “O Rei do Gado”, “Sinhá Moça” e “Orgulho e Paixão”.
O festival foi encerrado com a exibição do piloto da série “Querida Rosália”, do diretor curitibano Calixto Hakim, totalmente filmado na Lapa e com figuração local. Trata-se de drama com pitadas do sobrenatural que conta a história de um homem rabugento que encontra velhas cartas em seu jardim e com elas a redenção de muita gente. O argumento é de Laura Dalcanalle, com roteiro do próprio Calixto Hakim em parceria com o premiado Luiz Bertazzo; e montagem de Fernanda Gadotti.


