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Alexandre de Moraes dá rasteira em Lula

O xerifão do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, não titubeou: deu uma invertida de manual no Palácio do Planalto e derrubou, sem cerimônia, a tentativa do governo Lula de aumentar o IOF. O plano era arrecadar R$ 12 bilhões com um decreto silencioso, mas o que era para ser uma jogada discreta acabou virando uma das maiores derrotas do governo no Judiciário.

A resposta do ministro foi seca e certeira: apontou “desvio de finalidade” na medida, sugerindo que o Executivo queria usar sua caneta com fins que a ordem jurídica não aprova — ou, em bom português, meter a mão no bolso do contribuinte por fora das regras do jogo.

Com o baque, o governo correu ao próprio Judiciário em busca de reparação. Mas Moraes, em vez de recuar, esfriou os ânimos e determinou uma audiência de conciliação para a próxima terça-feira (15.jul), em Brasília. Um gesto de diplomacia, sim, mas que não apaga o tombo.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tentou salvar a pose e saiu com aquele discurso pronto: “não há vencedores nem vencidos”. Mas não escondeu o alívio por ver o aumento do IOF barrado. Comemorou o freio no imposto e acenou com diálogo, propondo uma saída “conjunta” para o buraco fiscal do governo.

Em tom mais cauteloso, Motta até admitiu que cortes em emendas parlamentares podem entrar no pacote do ajuste. Mas fez questão de puxar o freio de mão: nada de demonizar o Congresso ou criminalizar as emendas, que somam cerca de R$ 50 bilhões. Segundo ele, são recursos essenciais para atender as bases — e, claro, manter as engrenagens da política girando.

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