
BR do Mar paranaense tem veto do Ibama e governo tenta reverter
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) negou a licença ambiental pedida pelo governo paranaense para a dragagem do Canal do Varadouro
Um dos projetos do Governo do Estado para ampliar o turismo no litoral norte paranaense e beneficiar as comunidades das ilhas, a dragagem do Canal do Varadouro, que liga o Paraná a São Paulo, está virando água – para baixo ou para cima. Um banco de areia ambiental na BR do Mar.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) negou a licença ambiental pedida pelo governo paranaense para a dragagem do canal, impactando o plano que incluía a construção uma rota marítima turística entre os dois Estados.
Mas nem tudo está perdido. O Governo do Paraná está aguardando posição do Ministério Público para tentar reverter a decisão do Ibama com base em argumentos técnicos, sociais e ambientais.
Um dos principais argumentos do governo paranaense é de que o Canal do Varadouro é resultado da intervenção humana e o restabelecimento da conexão entre os dois litorais trará importantes benefícios econômicos e sociais que compensam eventuais impactos.
O Canal do Varadouro, aberto nos anos 1950, com seis quilômetros de extensão, liga Paranaguá, no Paraná, a Cananéia, no sul paulista, passando pelas ilhas das Peças e de Superagui. Hoje, apenas alguns trechos são navegáveis através de pequenas embarcações devido ao grande número de pequenos bancos de areia e o plano é alargar o canal em até 30 metros e aprofundar a calha até 2,4 metros.
O projeto chegou a ser chamado de “BR do Mar” em uma das apresentações do governo. Até um protocolo de intenções sobre a reabertura do canal foi assinado com o governo paulista, em março de 2023. A obra é criticada por ambientalistas por colocar em risco um ecossistema único, que inclui manguezais, sambaquis e Mata Atlântica, em uma das últimas áreas preservadas do litoral do Sudeste.
Segundo o Estadão, o presidente do Instituto Água e Terra (IAT), autarquia ligada ao governo paranaense, Everton Souza diz que o governo tentará convencer ICMBio e Ibama de que o projeto é sustentável. “Entendendo a importância desse canal para fazer a conexão entre Paraná e São Paulo, vamos fazer investida de convencimento técnico, jurídico e ambiental”, diz.