HomeDESTAQUEAlexandre Curi vai ao governo com ou sem Ratinho Junior

Alexandre Curi vai ao governo com ou sem Ratinho Junior

Embora ainda sem um anúncio oficial, o governador Ratinho Junior (PSD), já escolheu seu sucessor ao Palácio Iguaçu: Guto Silva (PSD). Não há mais o que esconder. A disputa, no entanto, não será tranquila. Dois pré-candidatos, amigos, já sinalizaram que, embora pretendam caminhar junto com o grupo, não abrirão mão da intenção de governador o Estado: Alexandre Curi e Rafael Greca.

Com isso, o cenário político do Paraná começa a ganhar contornos mais nítidos à medida que o governador Ratinho Junior confirma o que muitos já esperavam: não será candidato à Presidência da República em 2026 e permanecerá até o fim do mandato. A decisão encerra meses de especulações e reposiciona as forças dentro do estado, abrindo espaço para a disputa pela sucessão no Palácio Iguaçu.

Com Ratinho fora do jogo nacional, três nomes emergem como protagonistas da corrida estadual: Guto Silva, Alexandre Curi e Rafael Greca. A equação, porém, vai além de simples ambições pessoais — envolve lealdade política, controle de bases e o peso da máquina administrativa.

Tudo indica que Ratinho já fez sua escolha: Guto Silva é o preferido do governador. Ex-chefe da Casa Civil e figura de confiança do grupo Governista, Guto reúne perfil técnico e fidelidade política, características que agradam a Ratinho e dão continuidade a um projeto de gestão centrado em estabilidade e pragmatismo.

De outro lado, Alexandre Curi e Rafael Greca formam uma aliança que promete dar trabalho ao grupo do governador. Curi, um dos deputados mais habilidosos da Assembleia Legislativa, deixou claro que o Legislativo “não o interessa mais” — sinal inequívoco de que está decidido a disputar o Executivo, com ou sem o apoio do atual governo. Ao seu lado, Greca, prefeito de Curitiba, empresta peso político e visibilidade à chapa, tornando o confronto inevitavelmente competitivo.

O movimento de Curi e Greca também representa uma tentativa de reconfigurar o campo de alianças no Paraná, oferecendo uma alternativa à hegemonia do grupo de Ratinho. Não se trata apenas de uma disputa eleitoral, mas de um embate entre visões distintas de poder: de um lado, a continuidade de um projeto consolidado sob a marca do PSD e da gestão empresarial; de outro, uma proposta de renovação política ancorada na experiência e na presença de lideranças que transitam bem entre diferentes setores.

O fato é que, ao optar por permanecer no governo, Ratinho Junior mantém o controle sobre o processo e evita dispersar sua base. Sua influência será decisiva na definição de quem ocupará o Palácio Iguaçu em 2027. E, ao que tudo indica, o governador já fez sua jogada.

Do plenário ao protagonismo

Alexandre Curi parece viver o auge de uma transição política cuidadosamente construída. Deputado estadual com ampla influência na Assembleia, ele amadureceu politicamente dentro do jogo legislativo. Ao declarar que “o Legislativo não o interessa mais”, Curi rompe simbolicamente com o papel de articulador nos bastidores para se colocar na linha de frente da disputa pelo Executivo.

Sua aproximação com Rafael Greca reforça esse movimento: o ex-prefeito de Curitiba traz capilaridade urbana e uma imagem consolidada de gestor, enquanto Curi carrega a força das bases e o trânsito fácil junto ao interior. Essa combinação confere peso à dupla e sinaliza um projeto que busca equilíbrio entre experiência administrativa e renovação política.

Mesmo sem o aval direto de Ratinho Junior, Curi aposta em seu capital político próprio — e, ao que tudo indica, não pretende esperar ser “escolhido” para entrar no jogo.

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