Foram dias tensos ao governo federal, produtores e principalmente à diplomacia brasileira. Enfim, o presidente americano, Donald Trump, confirmou as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, porém, com afrouxamento em diversos itens de grande interesse para os americanos. No Paraná, entidades como Fiep, Faep e lideranças de setores atingidos, estão debruçados em números e à procura de alternativas para aliviar o peso em seus negócios.
Sobre a grande “bala de prata” do presidente americano para ferir de morte o Brasil, especialistas em economia e política observam que chegou a hora de o País encampar uma abertura da economia e realizar reformas que melhorem a produtividade.
Veja a seguir análises sobre como o Brasil e os produtores deverão se comportarem em relação às tarifas:
A tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros trouxe uma extensa lista de exceções à taxação, o que parece ter aliviado, em parte, o estresse político causado pela família Bolsonaro.
Segundo esses analistas, consultados pelo Estadão, o governo Trump traz um cenário de bastante incerteza para o comércio global. “As regras multilaterais são ignoradas, e os acordos de comércio não significam liberalização comercial, mas sim administração de comércio”, afirma Sandra Rios, economista e diretora do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento.
“Uma alternativa viável seria iniciar um processo de abertura comercial e aprofundar as reformas estruturais que promovam estabilidade macroeconômica e ganhos de produtividade. A economia brasileira apresenta um grau de proteção que restringe sua integração às cadeias globais de valor”, afirma Solange Srour, diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management.
Os produtos brasileiros estão sujeitos a tarifas de 50%, concorrendo com exportadores de países que receberam tarifas menores ou que negociaram acordos comerciais com o governo norte-americano.
Esses produtores brasileiros que exportam para países da União Europeia, do Reino Unido ou da Ásia terão agora de concorrer com empresas americanas que ganharam acesso preferencial a esses mercados nos acordos bilaterais anunciados pelo governo norte-americano.
Diante dessa rápida e radical mudança de contexto, cabe traçar estratégias que possam fomentar um salto de produtividade para mitigar os impactos negativos do novo contexto sobre o comércio exterior e a economia brasileira.