A semana vai chegando ao fim com a Capital Federal agitada e muita efervescência no seio dos três Poderes da República. No vai e vem da gangorra, quem agora está em alta, depois do tarifaço do Trump, é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vetou o aumento do número de deputados de 513 para 531, viu o Supremo Tribunal Federal restaurar parcialmente o decreto de aumento do IOF e comemora o resultado da pesquisa Genial/Quaest, que o coloca na liderança em todos os cenários para a eleição de 2026, à exceção de empate técnico em eventual segundo turno com o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
O derrotado da semana foi o Legislativo, que já se articula para dar o troco em muitas pautas de interesse do governo. Impôs o primeiro revés na aprovação do projeto que afrouxa as regras para o licenciamento ambiental. Em derrota do governo e sob comemoração da bancada ruralista, o Congresso aprovou por 267 votos a favor e 116 contra a proposta que traz dois pontos polêmicos. O primeiro, a autorização da mineração nas novas regras de licenciamento. O segundo, a emenda que pode acelerar a exploração de petróleo na margem equatorial.
Ambientalistas chamam a proposta aprovada de “PL da Devastação”. Na outra ponta, a Frente Parlamentar do Agronegócio entende que não há afrouxamento das leis, mas a adoção de padrões e estabelecimento de prazos. A matéria vai para sanção do presidente e a expectativa de que seja vetado. Contudo, a oposição avaliar ter votos suficiente para derrubar o veto, o que pode resultar na judicialização da matéria, repetindo o que ocorreu com a MP do IOF.
Enquanto o Judiciário tem seu protagonismo com a decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre o IOF e os desdobramentos da ação do 8 de janeiro, e ainda da anulação por Dias Toffoli de todos os atos da Operação Lava Jato contra o doleiro Alberto Youssef, numa derrota que alcança o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro, o presidente Lula curte os novos ares de um mar em mansidão depois das tormentas que ameaçaram afundar seu barco em desaprovação do seu terceiro governo.
Genial/Quaest
A pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (17) mostrou Lula (PT) em vantagem neste momento para eventual reeleição em 2026, mesmo que a maioria dos entrevistados ainda se mostra contrário à candidatura. Em cenários simulados para primeiro e segundo turno, o petista aparece à frente de todos os adversários. No primeiro turno, venceria com vantagem confortável todos os nomes testados, incluindo o de Bolsonaro, que segue inelegível até 2030. Foi colocado à frente de Tarcísio, Michelle, Ratinho Junior, Eduardo Bolsonaro, Ciro Gomes, Caiado e Romeu Zema.
As simulações de segundo turno mostram os efeitos negativos na oposição da associação de Bolsonaro ao tarifaço de Trump contra o Brasil. Na amostragem anterior, eles estavam numericamente empatados e, agora, Lula abriu seis pontos de vantagem. Em simulação de segundo turno, Tarcisio seria o único o único candidato a empatar com o presidente dentro do limite da margem de erro. A pesquisa mostrou 41% para Lula e 37% para o governador de São Paulo.