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Deputado e vereador bolsonaristas decepcionam em seus cargos
Foto: Rodrigo Fonseca/CMC e Orlando Kissner/Alep

Deputado e vereador bolsonaristas decepcionam em seus cargos

Ricardo Arruda (PL), na Assembleia Legislativa e Eder Borges (PL) na Câmara de Vereadores da capital, estão decepcionando os terraplanistas que pregam um país sem corrupção.

Pedro Ribeiro - terça-feira, 6 de maio de 2025 - 11:32

O presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi (PSD) terá um período conturbado pela frente em sua missão de deixar a casa cada vez mais transparente. Primeiro, tem que limpar o próprio quintal como, por exemplo, as denúncias que pesam sobre o deputado bolsonarista, Ricardo Arruda (PL), acusado de desvio de dinheiro público.

Dois representantes do bolsonarismo, Ricardo Arruda (PL), na Assembleia Legislativa e Eder Borges (PL) na Câmara de Vereadores da capital, estão decepcionando os terraplanistas que pregam um país sem corrupção. Ao mesmo tempo em que nas respectivas tribunas gritam palavras de ordem como Lula Ladrão, no quintal de casa fazem suas lambanças.

As denúncias criminais contra o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) foram tema tanto na sessão desta segunda-feira da Assembleia Legislativa quanto do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná pelos crimes de associação criminosa, desvio de dinheiro público e tráfico de influência; os desembargadores do TJ julgavam uma outra ação penal envolvendo o deputado bolsonarista.
O Ministério Público chegou a pedir o afastamento de Ricardo Arruda do mandato de deputado estadual por entender que, quando da propositura da ação penal, o crime ainda estava sendo cometido.

Logo após a nova suspensão do julgamento do HC no TJ, o 1º secretário da Casa, deputado Gugu Bueno (PSD), leu o ofício encaminhado pela presidente do TJ, desembargadora Lidia Maejima, comunicando que foi aceita a denúncia criminal contra Arruda pelos crimes de associação criminosa, desvio de dinheiro público e tráfico de influência. Esta denúncia é anterior à epidemia da Covid-19, mas só foi apreciada pelos julgadores do Órgão Especial no dia 2 de setembro — quando a denúncia foi recebida por unanimidade tornando Ricardo Arruda réu.

Oito meses depois, a comunicação oficial foi feita à Assembleia Legislativa por determinação do novo relator da ação desembargador Cláudio Smirne Diniz — atendendo ao dispositivo constitucional que prevê que após recebida a denúncia contra um deputado, o legislativo deve ser comunicado e pode até sustar o andamento da ação penal caso seja votado pela maioria dos parlamentares, mediante iniciativa de partido político.

“Não quero que suspenda nada. A denúncia é infundada e acredito na Justiça do Paraná. Prefiro que o julgamento aconteça”, disse o deputado Ricardo Arruda.

Na Câmara de Vereadores, as vereadoras, Giorgia Prates, Professora Angela, Camilla Gonda e Vanda de Assis pediram investigação sobre Eder Borges após reportagem do The Intercept Brasil. A acusação: pratica de nepotismo e de se beneficiar de um cargo comissionado no Instituto Municipal de Turismo. Ao se defender, Borges classificou a notícia de “fofoca” e “fake news”. Ela foi publicada online, no dia 30 de abril, com o título “Vereador bolsonarista de Curitiba Eder Borges emprega enteada como chefe de gabinete por R$ 17 mil”.

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