HomeDESTAQUEHolofotes de políticos diante das mortes nas favelas do Rio

Holofotes de políticos diante das mortes nas favelas do Rio

Em momentos de dor coletiva, enquanto pais choram a perda do filho que se desgarrou da família, se infiltrando no tráfico acreditando em uma vida de luxo ou, pelo menos, melhor, a verdadeira face de muitos políticos se revela. Infelizmente, nem sempre é uma face humana.

A ação letal das forças de segurança do Rio de Janeiro, onde tombaram 120 pessoas, tornou-se palco para discursos vazios, promessas apressadas e visitas ensaiadas diante das câmeras. Sem falar na correria pelos corredores do Congresso Nacional.

Não tenho outra palavra a não ser a de revolta sobre essa tragédia que está virando circo e palco de campanha para políticos.  É revoltante perceber como alguns tratam a miséria alheia como palanque, transformando a dor do povo em espetáculo político.

Esses oportunistas se apresentam como salvadores, mas chegam apenas quando há holofotes. São os “corvos da tragédia”, que se alimentam do sofrimento, e os “açougueiros da política”, que fatiam a dor do povo em pedaços de conveniência eleitoral. Falam em solidariedade, mas seus gestos têm o cálculo frio de quem busca votos, não empatia.

Ao mesmo tempo em que o povo enfrenta a lama, a fome e o desespero, eles desfilam em botas limpas, cercados de câmeras, fingindo compaixão. É um retrato cruel do Brasil: onde a tragédia vira oportunidade e a esperança, moeda de troca.

O povo carioca, e todo o Brasil, merecem mais do que discursos prontos. Merecem dignidade, presença real e políticas que previnam, em vez de apenas lamentar.

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