A cada depoimento, exposição ou entrevista que participa, o pré-candidato ao Governo do Estado, senador Sergio Moro (União Brasil), dedica parte do tempo para tentar explicar suas ações na política como as mudanças de partidos e o envolvimento do presidente da siga, Antonio Rueda, com o crime organizado. Não convence.
O mestre Ulisses Guimarães, que nos brindou com a nova Constituinte, dizia em seus discursos que a única coisa que não aceita na política é a traição. Leonel Brizola alertava: o traidor, mais cedo ou mais tarde vai pagar, porque trai, igualmente, o eleitor.
Veja o que está acontecendo hoje na política, com o senador Sergio Moro, que traiu o Podemos de Renata Abreu e Alvaro Dias e foi para o União Brasil, do “centrão” arrastando, consigo, a aprendiz de política, Cristina Graeml que, em 2022, chamou Moro de traidor de Bolsonaro.
Na política a traição anda à galope, mas pode terminar como cavalo paraguaio. Moro abriu a trilha. Ele entrou no Podemos com pompa, saiu pela porta dos fundos sem ao menos apagar a luz.
Cristina Graeml, repetiu o feito com a mesma frieza e fortes doses que a levam à contradições. Não será surpresa se, ao invés de trocar de paletó, como Moro, trocar de vestido, sempre mirando onde o vento sopra mais forte.
Como alertavam Ulisses e Brizola, no fundo eles não traem apenas partidos, mas traem o eleitor, a confiança e a própria palavra dada em discursos e promessas. Não podemos negar que é um mercado fértil de conveniências, onde lealdade é coisa rara.
Um político que esteve por décadas no Congresso Nacional diz que “oportunismo não vive de ideais, valores, causas e sim de ambição de poder”. Ao fazer uma avaliação sobre as trocas de partidos e traições partidárias, observa que “as aspirações coletivas são ignoradas porque só importa o interesse pessoal. E esse cenário, alimentado por figuras com esse caráter tem levado a vida pública brasileira a um mergulho no oceano da mediocridade, Que esse cenário possa ser alterado pelo eleitor enquanto é tempo”, alertou.
Sérgio Moro terá um grande desafio pela frente ao querer ser hóspede oficial do Palácio Iguaçu. Tem na sua frente, o presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi, que, hoje, senta na mesa com os 399 prefeitos e vem transformando o legislativo em uma casa de ética e respeito aos eleitores. Tem, como parceiros, o ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca e o atual prefeito, Eduardo Pimentel.
Outro desafio de Moro é o deputado Ricardo Barros que, certamente, ganhará a convenção para dar espaço à sua esposa e pré-candidata também ao governo paranaense, Cida Borghetti.
Entre Judas engravatados e Madalenas arrependidas de ocasião, todos vendendo lealdade como se fosse promoção de feira. Só que quem paga a conta é o eleitor.