Moro ronda o Palácio Iguaçu. Na visita ao governador, há quem afirme que foi olhar a sala para uma futura reforma
Um dia, há anos, meu filho chegou em casa e cobrei: cadê minha neta? A resposta veio: “Tá em casa, causando!” Fiquei pensando na força dessa palavra que, de tão usada, virou sinônimo de criança aprontando. Pois bem, hoje a palavra cabe direitinho em outro personagem: o senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
Moro anda causando. Primeiro, apresentou uma emenda à famosa PEC da Blindagem tentando salvar o que já estava condenado ao cemitério das ideias ruins. Depois, como quem não quer nada, apareceu de penetra em um evento do adversário político (ou inimigo declarado), o governador Ratinho Junior (PSD), no Palácio Iguaçu.
O clima? Mistura de estranhamento, espanto e cochichos de corredor. Enquanto Ratinho anunciava a redução de 45% do IPVA, Moro circulava como se fosse parte da festa. E, claro, foi recebido com aquele sorriso institucional típico de quem, mesmo engolindo seco, precisa posar de estadista.
Para apimentar ainda mais, Moro fez questão de conversar com o deputado Alexandre Curi (PSD), presidente da Assembleia e pré-candidato ao Governo. Nada inocente: a visita soou como ensaio de bajulação para garantir os votos de Ratinho em 2026.
O papo reservado entre o governador e o senador, dizem, foi “institucional”. Mas vai saber… talvez Moro estivesse só sondando onde ficaria sua mesa, já que liderando as pesquisas já se considera quase inquilino do Palácio Iguaçu. Quem sabe, de quebra, já não pediu orçamento para uma reforma na sala do governador em 2027?