HomeDESTAQUEQuando a política perde o rumo e os leões se agrupam

Quando a política perde o rumo e os leões se agrupam

Só falta as Forças Armadas inverterem a marcha dos soldados de “esquerda, direita” para “direita, esquerda”. Estamos próximos disso. O ódio político já derrama sangue sobre uma nação sem norte, sem bússola, atolada numa guerra estúpida entre esquerda e direita.

Nunca, em nossa história recente, estivemos tão órfãos. Sem expectativa real do que virá pela frente, a não ser a perspectiva de mais quatro anos de afundamento, com mais de 210 milhões de brasileiros amedrontados e obrigados a apostar naquilo que ainda resta de esperança — sempre acompanhada de dúvidas involuntárias.

Nesse cenário de esgarçamento institucional e emocional, começa a ganhar espaço o nome de um jovem conhecido pelo apelido de Ratinho. Sua voz, no entanto, já ecoa nacionalmente em razão do desempenho como gestor do Estado do Paraná, que apresenta resultados consistentes e fora da curva em áreas estratégicas como infraestrutura, agronegócio — com impacto direto na ampliação do PIB — e, sobretudo, educação.

Trata-se de um político ainda em formação, que sequer atingiu meio século de vida, mas que demonstra liderança genuína e traços de estadista. Isso alimenta a crença de que um projeto nacional consistente possa nascer a partir de uma revolução educacional, a exemplo do que fizeram países em desenvolvimento que hoje alcançaram soberania econômica, institucional e social.

Embora ainda não se veja uma pressão nacional organizada para que ele assuma, ao menos, o compromisso de uma campanha à Presidência da República, há sinais de que sua disposição é a de não deixar o Brasil nu diante do próprio espelho, condenado a repetir erros por falta de alternativas viáveis.

Essa suposta mobilização, contudo, permanece restrita aos bastidores dos caciques da política nacional que — a exemplo do próprio Ratinho Junior — aguardam até a derradeira hora para suas decisões. No campo da direita e do centro, os entraves são conhecidos: a influência da família Bolsonaro, o receio de Tarcísio de Freitas em arriscar o governo de São Paulo, a convicção de Ronaldo Caiado de falar em nome do agro e, ainda, o risco de o próprio governador paranaense comprometer conquistas consolidadas no quintal de casa.

Ratinho Junior é prudente. Sabe que não se aventura numa jornada presidencial sem antes consolidar apoios institucionais sólidos em todos os Estados brasileiros. Não são os mais de 80% de aprovação no Paraná que, isoladamente, sustentam a condução de uma nação cindida ao meio, dominada por um ódio fragmentado e por uma política de coronéis, sustentada por argumentos rasos, ocos e delirantes — mais preocupados com feudos eleitorais do que com um projeto de Brasil grande.

Ele sabe que pode contribuir. Mas sabe, também, que pelo caminho surgirão cascas de banana, pedras e espinhos.

Por isso, prefere não apressar o rio.

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