A cada passo que dá em busca do poder, o senador Sergio Moro (UB), acaba pisando torto na sua própria sombra. Ao tomar de assalto a presidência do diretório do União Brasil no Paraná, ele desmonta um castelo montado pelo deputado federal Ricardo Barros (PP), líder do Progressistas no Estado. Desmoronou.
O “golpe” dado por Moro no deputado federal Felipe Francischini, até então presidente do União Brasil no Paraná, poderá custar caro ao senador que pretende chegar ao Palácio Iguaçu em 2026. Mais uma traição em sua coleção e um novo desafeto.
Em um jantar, na semana, em Brasília, os ânimos entre Moro e Barros foram à flor da pele, o que resultou em uma nota oficial do Progressistas oficializando um racha na federação no Estado. Isto significa que o partido de Barros não dará palanque para o UB de Moro na sua candidatura ao Governo do Estado.
Ricardo Barros disse: “Estamos em impasse. Porém, faz parte da democracia. Temos tempo para sair desse impasse. Se ninguém ceder não haverá candidatura”.

Na nota, o Progressistas reafirma seu compromisso em construir decisões de forma coletiva, ouvindo todas as lideranças. Quer dizer que Moro, com ajuda do UB nacional, passou com rolo compressor por cima de Francischini.
Nota oficial do Progressistas Paraná
A Executiva Estadual do Progressistas no Paraná, após reunião realizada nesta quarta-feira (3), informa que:
- Diante da assunção do senador Sérgio Moro à presidência do União Brasil no Paraná, partido que compõe a Federação União Progressista (UP), registramos que ainda não há consenso quanto à indicação da presidência da Federação no Estado;
- A falta de consenso reflete na impossibilidade do registro de candidatura ao Governo do Estado, na Justiça Eleitoral; e
- O Progressistas reafirma seu compromisso em construir decisões de forma coletiva, ouvindo todas as lideranças.
Executiva Estadual do Progressistas/Paraná
Ainda em Brasília, uma fonte nos conta que Felipe Francischini provavelmente deixará o União Brasil e vai se mudar para o Podemos, de Renata Abreu. Isto, no entanto, somente a partir de abril de 2026.
Essa jogada de Moro, que teria mais tempo no programa de rádio e TV, não causou surpresas no Palácio Iguaçu, que já conhece o perfil do senador.
Vamos aos livros: o recado de Marco Antônio após o assassinato de Cesar ecoa na política até hoje. A retórica é antiga, mas atual: “políticos que se apresentam como guardiões da moralidade agem, na realidade, movidos por interesse próprio e medo de perder o poder”.
