Era uma tarde normal em uma pequena cidade do interior. Sexta-feira, 8 de novembro de 2025. No canto reservado ao tradicional e iluminado pôr do sol — que costuma se esconder atrás das plantações que alimentam e movem a economia —, uma traiçoeira nuvem escura chegou de repente, sem aviso.
O céu escureceu, o vento ganhou voz e, em poucos minutos, Rio Bonito do Iguaçu se transformou em cenário de dor. Um tornado — impiedoso, feroz, inesperado — varreu ruas, arrancou telhados e desfez histórias. Seis vidas se perderam. Milhares de famílias ficaram à mercê do silêncio que vem depois da tormenta.
Um tornado jamais visto em terras paranaenses devastou a cidade, levando, na força do vento e da chuva, muros, escolas, casas, sonhos e vidas. Minutos depois, o que restava era uma paisagem que lembrava um campo de guerra: pessoas assustadas, crianças chorando, famílias inteiras sem casa, sem pertences — mas ainda com fé.
Porque o tornado não levou o que o povo do Paraná tem de mais forte: a solidariedade. O Estado inteiro se comoveu com a dor de Rio Bonito do Iguaçu.
Os ventos de mais de 250 km por hora rasgaram o céu e deixaram um rastro de destruição.
Na mesma noite, o governador Ratinho Junior, visivelmente e mocionado, reuniu sua equipe e montou uma frente de trabalho para auxiliar as famílias e reconstruir a cidade. O Governo do Estado e a Assembleia Legislativa formaram uma força-tarefa que já atua para reconstruir lares, restabelecer a energia, levar água e reerguer escolas e hospitais.
De todos os cantos do Paraná, surgiram mãos que ajudam, olhos que acolhem, corações que se unem.
Entre escombros e lágrimas, renasce a certeza de que nada é mais poderoso do que a união.
Rio Bonito do Iguaçu se levanta — e com ela, o Paraná inteiro.
Máquinas trabalham na limpeza das ruas. Caminhões levam água potável, alimentos e esperança. Engenheiros e voluntários ajudam a erguer as primeiras moradias. Escolas e hospitais começam a ser reconstruídos. A energia está voltando. A vida está voltando.
Rio Bonito do Iguaçu foi ferido, mas não está só. A união entre o poder público e a população mostra o que o Paraná tem de mais bonito: empatia, coragem e a capacidade de se reinventar diante da dor.
As cicatrizes do tornado permanecerão na memória, mas também ficará registrado o exemplo de um povo que não se entrega — um povo que, mesmo diante da destruição, escolhe reconstruir. Juntos.
O Governo do Estado e a Assembleia Legislativa uniram forças, não apenas com planos e decretos, mas com presença, com ação, com empatia. Em poucas horas, uma corrente humana se formou — técnicos, voluntários, engenheiros, servidores — todos guiados por um mesmo propósito: reconstruir o que o vento tentou destruir.
Casas começam a surgir entre os escombros. A água volta a correr nas torneiras. A energia retorna, iluminando não só as ruas, mas também a esperança. Escolas e hospitais estão sendo reerguidos — e, junto com eles, o espírito de uma cidade que se recusa a desistir.
Porque Rio Bonito do Iguaçu é mais do que um nome no mapa.
É o retrato de um povo que, mesmo ferido, encontra forças para se levantar. Que chora, mas segue. Que perde, mas não se perde.
Entre o pó e o pranto, nasce algo maior do que a tragédia: a certeza de que o Paraná é feito de gente que cuida, que acolhe, que se reconstrói — sempre.
A imprensa também cumpriu seu papel de informar o país sobre o que aconteceu naquele pequeno pedaço do Paraná. A Agência Estadual de Notícias (AEN) realizou um excelente trabalho de cobertura, ouvindo as pessoas, mostrando os estragos e o início da reconstrução.
Entre as histórias registradas pela AEN está a de Romualdo Vovani, 45 anos, morador de Laranjeiras do Sul, que chegou à cidade minutos após a tempestade. Lá, encontrou os pais com a casa e o comércio destruídos.
“Era o ganha-pão deles há mais de 30 anos. Cheguei minutos depois, quando vi as primeiras notícias. O pai estava com alguns cortes, mas bem, assi im como minha mãe”, recordou. “Tem muito lixo. Os móveis estão todos estragados, então tudo o que não tem mais serventia a gente joga fora. A prefeitura está fazendo um trabalho ágil e tem muita gente ajudando”, contou.
O pânico também foi vivido pela esposa de José Godoy, 41 anos, grávida de quatro meses, que estava sozinha em casa quando o vento veio com força total. “Antes do temporal, recebemos um alerta da Defesa Civil em Quedas do Iguaçu. Logo vim para cá com a família e, quando chegamos, o desastre já tinha acontecido”, relatou. “Ela estava apavorada, passando mal. Disse que escutou um estrondo, tentou se proteger como pôde, se abaixou debaixo da mesa enquanto caíam pedaços do telhado.”
O estudante Eduardo Henrique Zanotto, 22 anos, também relembrou o momento de desespero:
“No instante em que começou a destelhar a casa, eu e minha mãe corremos para o banheiro. Meu pai ficou para trás e acabou se abrigando debaixo de uma mesa — isso salvou a vida dele. Ele foi arrastado, se machucou todo, cortou a perna, ficou com o braço ferido, com um pedaço de madeira preso”, contou.
A jovem Carla Kerkhoff, 24 anos, também relatou o susto. “Naquele dia, meu marido chegou mais cedo do serviço — parece que foi Deus que mandou ele vir antes. O problema começou por volta das seis da tarde. O tempo já estava muito feio. De repente, vimos o telhado das casas da frente sendo arrancado”, lembrou.
Eles se jogaram no chão e se abrigaram embaixo de uma mesa. “Logo em seguida, tudo desabou. O telhado caiu, estragou todos os móveis. Foi perda total. As cadeiras, os armários, tudo destruído. Se tivesse atingido a gente diretamente, não sei o que poderia ter acontecido”, completou.




