HomeDESTAQUESucessão no Paraná: Por que as pesquisas não contam a história toda?

Sucessão no Paraná: Por que as pesquisas não contam a história toda?

As pesquisas eleitorais que pipocam na mídia e circulam pelos comitês de mobilização sobre a sucessão de Ratinho Junior traduzem pouco mais que o retrato congelado de um instante. São fotografias do agora — e, por isso mesmo, incapazes de projetar com nitidez qualquer horizonte de dois ou três meses à frente.

O levantamento mais recente do Instituto Paraná Pesquisa reforça o que já virou manchete recorrente: o senador Sérgio Moro (União Brasil–PR) aparece na dianteira em todos os cenários para o governo do Estado em 2026. Mas há uma explicação óbvia, embora raramente dita com todas as letras. Moro é, até aqui, o único que está fazendo campanha aberta — e faz quase um ano. Os demais nomes ventilados, como Guto Silva, Alexandre Curi e Rafael Greca, seguem ocupados com funções no governo e na Assembleia Legislativa, aguardando abril chegar, quando virão a desincompatibilização e, sobretudo, o gesto político decisivo de Ratinho Junior.

As pesquisas, por sua natureza, apenas organizam o factual numa planilha. Mas o que elas não capturam — e talvez seja o dado mais relevante — é o peso político de um governador que ostenta mais de 80% de aprovação popular. Ignorar esse fator é fingir que a força de transferência de votos simplesmente não existe. A pergunta que deveria orientar qualquer análise é direta: com esse capital político, Ratinho Junior não faria o seu sucessor?

Segundo os números divulgados nesta quinta-feira (13), no primeiro cenário testado, Moro registra 47,5% das intenções de voto, seguido por Requião Filho (PDT–PR), com 28,8%, e por Guto Silva (PSD-PR), com modestos 1,8%. Entre os entrevistados, 7,2% não souberam ou não opinaram; outros 8,8% declararam voto em branco, nulo ou em nenhum candidato.

No segundo cenário, a vantagem se mantém: Moro lidera com 44,2%, seguido por Requião Filho, com 27,5%, e Alexandre Curi (PSD–PR), que aparece com 13,8%. Neste quadro, 6,1% dos eleitores não quiseram ou não souberam opinar, enquanto 8,4% afirmaram votar em branco, nulo ou em nenhum nome.

Os números falam por si. O que ainda não fala — e mudará completamente o tabuleiro — é a palavra final do governador.

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