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Com monitoramento, Paraná reduz desmatamento

O Paraná é o Estado brasileiro que mais conseguiu reduzir o desmatamento em seu território entre os anos de 2021 e 2024, segundo dados do Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas. Nesse período, as áreas ambientais derrubadas por ação humana foram reduzidas em 93,7%, passando de 6.887 hectares para 432 hectares no ano passado. O número é resultado de uma série de fatores, que envolvem tecnologia, políticas públicas e ações de fiscalização.

“Esses resultados são fruto da sistematização do monitoramento e da fiscalização ambiental do Estado, que aumentaram significativamente o número dos autos de infração lavrados nos últimos anos e também o volume de multas aplicadas”, explicou a engenheira florestal do Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do Instituto Água e Terra (IAT), Aline Canetti.

Segundo ela, um dos principais fatores foi o uso da inteligência geográfica, que ampliou a capacidade de resposta do IAT. Isso inclui a adoção de geotecnologias de ponta, como o uso de imagens de satélites históricas e plataformas de monitoramento que emitem alertas de desmatamento quase que diariamente “Além disso, também houve um reforço nas ações de campo, realizadas pelos escritórios regionais e também pelo Grupo de Operações Ambientais do IAT, o GOA. Também são feitas autuações remotas, trazendo mais agilidade na tomada de providências”, acrescentou.

A união de todos esses itens permite uma evolução gradual e constante dos números do Paraná quanto ao desmatamento. Considerando apenas os dados dos dois anos mais recentes, o Estado obteve uma queda de 64,9% na supressão ilegal da Mata Atlântica. A área desmatada passou de 1.230 hectares para 432 hectares. Foi o terceiro melhor porcentual do país – atrás de Goiás e Distrito Federal.

O reflexo disso é que 71% dos municípios do Paraná apresentaram desmatamento ilegal zero da Mata Atlântica em 2024, de acordo com o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas.

Não tiveram alertas de supressão vegetal identificados pela plataforma um total de 284 cidades. E outra conquista importante derivada deste estudo é que 75% dos municípios apresentaram saldo positivo na preservação de mata nativa, ou seja, aumentaram a área verde nativa. Somente seis estados tiveram esse desempenho favorável: Paraná, São Paulo, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Mesmo com os resultados se acumulando ano a ano, ainda há barreiras a serem superadas, como a dificuldade em encontrar os responsáveis pelas violações. “Para nós, o maior desafio ainda é a identificação dos infratores, por conta de falhas na atualização dos domínios e sobreposições dos imóveis no Sicar (Sistema de Cadastro Ambiental Rural). Também tem áreas com conflitos fundiários, em que os proprietários ainda não possuem documentação regular, dificultando a identificação do infrator de forma remota”, explicou Aline Canetti. “A partir de agora, então, o foco será manter a pressão da fiscalização já aplicada e também monitorar as áreas autuadas, verificando se elas de fato estão em processo de regeneração”.

“Com políticas como essas, com controle rígido sobre desmatamento, o Paraná virou um dos estados mais sustentáveis do Brasil porque mostra fiscalização séria contra quem desmata e controle sobre seu território. Com uma série de ações ambientais estamos ampliando ainda mais esse monitoramento e a preservação, o que acontece com reflorestamento e proteção das matas. Um dos exemplos recentes inclusive é a presença de espécies ameaças de extinção em áreas verdes protegidas”, complementou o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.

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