Uma terça-feira milagrosa que poderá vir a ser referendada, no Vaticano, pelo Papa Pio XIV. Ao afirmar que “acabou com sete guerras” em poucos menos de quatro anos de gestão na Casa Branca, o presidente Donald Trump só faltou garantir que foi ele também que criou o mundo em sete dias.
O homem acordou agora para fazer mais um icônico comício na ONU. Milagre e poder absoluto. Faltam apenas comprovações.
Trump, que, por muito pouco não transformou a política mundial em um show acredita ter feito, em quatro anos, o que nem as Nações Unidas ousaram sonhar e fazer em 70 anos. Se foi capaz disso, não seria absurdo imaginar que também criou o mundo em sete dias.
Vamos aos fatos recentes e não bíblicos. Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Trump fez críticas à própria organização, afirmando que “palavras vazias não encerram guerras. Apenas emitir “cartas com palavras fortes”, não acabam com conflitos. Ele, no entanto, colocou fim em “sete guerras”.
Ele criticou os aliados europeus por reconhecerem um estado para a Palestina, o que ele considera uma vitória do Hamas. Ele pediu a libertação imediata dos reféns israelenses em Gaza e a negociação de paz para acabar com a guerra. Opa! Esta guerra ele não acabou…
Com o presidente Lula, Trump disse ter tido um encontro rápido e “química excelente”. Os dois concordaram em se reunir na próxima semana. No entanto, alertou que o Brasil está “indo mal” e só irá melhorar se trabalhar em parceria com os Estados Unidos.

Em seu discurso, Lula disse que o mundo vive uma desordem internacional marcada por intervenções unilaterais, sanções arbitrárias e atentados à soberania e reiterou que, para o Brasil, democracia e soberania não são negociáveis.
Lula criticou as sanções impostas pelos Estados Unidos, principalmente contra autoridades e restrições econômicas. “São ingerências inaceitáveis”, pontuou.
Sobre as ações da justiça brasileira, em especial o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, o presidente lembrou que houve processo, julgamento e ampla defesa. “No Brasil, o Estado de Direito funciona”, disse.
Sobre desigualdades sociais, o presidente brasileiro destacou que a democracia exige mais do que eleições: exige que direitos básicos, como saúde, moradia, educação e trabalho sejam garantidos.