O Paraná registrou 87 casos de feminicídio, consumados ou tentados, nos primeiros três meses do ano. O balanço foi elaborado pelo Laboratório de Estudos de Feminicídios da UEL (Universidade Estadual de Londrina).
Em comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma queda de 20,9% nas ocorrências no Estado. Apesar disso, a maioria dos casos (87%) envolveu parceiros atuais ou antigos das vítimas.
Do total de registros, ao menos 14% dos crimes foram cometidos na presença de crianças; 14 das vítimas tinham filhos menores de idade; e três mulheres estavam grávidas no dia do crime. O instrumento mais utilizado (32%) foi a arma branca.
O levantamento revela, ainda, que os crimes contra mulheres registrados de janeiro a março deste ano ocorreram em 51 cidades paranaenses.
Os dados do monitoramento da UEL apresentam números superiores aos divulgados pela Secretaria de Segurança Pública. Por exemplo, no período, o laboratório contabilizou 41 feminicídios consumados, contra 24 registrados oficialmente pelo órgão.
Essa diferença, segundo a UEL, reforça a importância da produção autônoma de dados como instrumento de visibilidade. O relatório é elaborado por meio de monitoramento diário de notícias veiculadas em fontes jornalísticas.
Até o ano passado, o feminicídio era considerado uma qualificadora do homicídio doloso. Agora, ele é um crime autônomo previsto no Código Penal, com pena de 20 a 40 anos de reclusão. Segundo o governo federal, o objetivo da mudança foi facilitar a classificação do crime e permitir a aplicação de circunstâncias qualificadoras específicas ao feminicídio.
*com BandNews Curitiba.
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