O tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros entrou em vigor nesta semana, e ameaça parte das exportações paranaenses. Levantamento da Faciap – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – aponta “grave risco à economia do estado”, com o comprometimento de 40% do volume de produtos destinados ao exterior.
O setor madeireiro deve ser o mais impactado no estado. Itens como compensado de pinus, molduras e madeira serrada, principais produtos da região, serão taxados. A situação impõe um desafio imediato às indústrias locais, aponta o relatório.
Conforme a Faciap, o Paraná é o 7º maior exportador brasileiro ao país norte-americano, com US$ 735 milhões exportados apenas no primeiro semestre deste ano. Deste total, quase 40% do valor é concentrado em produtos do setor de madeira, especialmente produzidos em municípios dos Campos Gerais.
“Não se trata de uma crise generalizada, mas de um colapso localizado e setorial, com potencial de colocar em risco mais de 600 mil empregos. A região dos Campos Gerais está no epicentro e precisa de atenção urgente”, afirma Flávio Furlan, presidente da Faciap.

A entidade aponta que entre os principais reflexos do tarifaço estão o desemprego causado pela perda de exportações, a queda no consumo, que fragiliza o comércio local, e ainda o aumento da inadimplência, que compromete a economia paranaense como um todo.
A nova taxação também afeta setores como os de café, chá, carnes, couro, mel, móveis, peixes, cerâmica e erva-mate, que não entraram no rol das exceções.
Na contramão, segmentos como reatores nucleares, máquinas industriais, alguns alimentos industrializados como a polpa e o suco de laranja, castanhas e papel não devem ser impactados com o tarifaço.
“A Região Metropolitana de Curitiba e o Norte do Paraná, com produção mais diversificada, devem enfrentar impactos menores com a medida dos EUA”, aponta a Faciap.
Diante do cenário, a Federação defende ações emergenciais voltadas aos setores impactados e estímulo para a abertura de novos mercados.
“É hora de agir com inteligência. O Paraná precisa de políticas públicas regionais e setoriais, como crédito emergencial, suspensão de tributos e incentivo à abertura de novos mercados. E as empresas precisam buscar inovação, redirecionamento e maior agregação de valor, além de buscar novos mercados”, afirma Aluizio Miguel Pinho Andreatta, diretor de Comércio Exterior da Faciap.
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