A safra de grãos 2024/2025 no Brasil está projetada para atingir 336,1 milhões de toneladas, um aumento de 38,6 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior. A estimativa foi divulgada nesta quinta-feira (12) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e, de acordo com a entidade, indica um novo recorde de produção.
O resultado representa uma alta 38,6 milhões de toneladas (ou 13%) na comparação com a safra anterior.
O milho, apontado como principal produto semeado na segunda safra, tem uma produção total estimada em 128,3 milhões de toneladas. A colheita de milho já teve início no Paraná e nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Tocantins e Maranhão.
“A expectativa é de que, apenas neste ciclo, sejam colhidas 101 milhões de toneladas, crescimento de 12,2% se comparado com a 2ª safra do grão na temporada passada”, informou a Conab.
Com colheita já finalizada, a soja deve fechar a safra com um total de 169,6 milhões de toneladas, resultado que apresenta incremento de 21,9 milhões de toneladas na comparação com a safra anterior, que foi recorde da série histórica.
“O bom resultado é justificado pela utilização crescente de tecnologia pelos produtores, aliada às boas condições climáticas na maioria das regiões produtoras”, completa a Conab.
Desafios logísticos
Este crescimento expressivo de 13%, impulsionado principalmente pela produção recorde de soja e milho, destaca a urgência de aprimorar a infraestrutura logística e as práticas de gerenciamento de risco no transporte de grãos.
Apesar dos investimentos anunciados pelo governo federal, como o Plano de Escoamento da Safra 2024/2025, que prevê R$ 4,5 bilhões para melhorar a eficiência do transporte agrícola, os desafios persistem. A predominância do transporte rodoviário, responsável por mais de 60% do escoamento de grãos, enfrenta limitações significativas. De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), apenas 12,4% das rodovias brasileiras são pavimentadas, segundo Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e muitas estão em condições precárias, especialmente em corredores estratégicos como a BR-163, que conecta o Centro-Oeste aos portos do Arco Norte.
Além das deficiências nas rodovias, o déficit de armazenagem agrava a situação. Estima-se que cerca de 118 milhões de toneladas de grãos não tenham infraestrutura adequada para estocagem, obrigando os produtores a escoarem rapidamente suas colheitas, muitas vezes em condições desfavoráveis de mercado. Essa pressão sobre o sistema logístico resulta em congestionamentos nos portos e atrasos nas exportações, afetando a competitividade do agronegócio brasileiro.
Nesse contexto, o gerenciamento de risco torna-se essencial para mitigar perdas e garantir a segurança das operações.
Tatiane Bueno, diretora executiva da Tecnorisk, enfatiza a importância de uma análise cadastral rigorosa e de estratégias personalizadas para cada cliente. “Nosso compromisso é entender as operações dos clientes para implementar estratégias eficazes dentro da necessidade de cada segmento”, afirma.
A adoção de tecnologias avançadas, como sistemas de rastreamento e plataformas de gestão integrada, também desempenha um importante papel na melhoria da eficiência logística.
Ela lembra que o escoamento da safra recorde de 2024/2025 representa um teste para a capacidade do Brasil de conciliar crescimento agrícola com infraestrutura adequada e práticas eficazes de gerenciamento de risco. “Superar esses desafios é fundamental para sustentar o crescimento do agronegócio”, conclui.
*com Agência Brasil e assessoria.
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