Entrou em vigor nesta quarta-feira (6) a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, medida imposta pelo presidente americano Donald Trump. A decisão impacta diretamente setores como o agronegócio, a indústria de transformação e o mercado têxtil brasileiro.
Embora a Casa Branca tenha isentado 694 produtos da tarifa extra, a medida afeta uma parcela significativa das exportações do Brasil, especialmente itens de alto valor e representatividade comercial.
Segundo o governo dos EUA, produtos estratégicos foram preservados da taxação. Estão entre os isentos:
- Petróleo
- Suco e polpa de laranja
- Minério de ferro, estanho, silício, magnésio e alumínio
- Carvão, gás natural e querosene
- Celulose, papel e cortiça
- Castanha-do-Pará
- Aeronaves civis, drones, helicópteros e peças
- Motores elétricos
- Fertilizantes
- Ouro e prata
A justificativa para as isenções, segundo o comunicado oficial americano, é que tais produtos são “essenciais à segurança energética e à cadeia produtiva dos EUA”.
Entre os produtos afetados pela nova tarifa de 50%, destacam-se bens de consumo, alimentos e insumos industriais, com forte peso na balança comercial brasileira:
- Café não torrado
- Carne bovina
- Frutas tropicais: manga, cacau, uva sem semente e açaí
- Móveis
- Produtos têxteis: roupas, cama e mesa
- Calçados
- Madeira parcialmente trabalhada
- Máquinas agrícolas e industriais
- Materiais de construção, como cal e cimento
- Açúcares e melaços
- Equipamentos de engenharia civil
As esperanças de uma reversão da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a diversos produtos brasileiros esbarram em um cenário diplomático cada vez mais delicado. Apesar de sinalizações públicas de abertura ao diálogo, as negociações entre os dois países seguem travadas.
Na última sexta-feira (01), Donald Trump afirmou, que o presidente Lula “pode ligar quando quiser”. No entanto, Lula respondeu nesta terça-feira (5) que não pretende fazer o contato apenas por interesse comercial.
“Eu não vou ligar para o Trump para comercializar porque ele não quer falar. Mas eu vou ligar para o Trump para convidá-lo para a COP, porque quero saber o que ele pensa da questão climática”, afirmou o presidente durante evento no Palácio Itamaraty.
Segundo fontes do Planalto, o governo brasileiro só pretende abrir uma conversa direta com Trump quando houver clareza sobre o que pode ser negociado, evitando uma abordagem apressada que possa comprometer as relações diplomáticas e comerciais de forma mais definitiva.
As perspectivas de um avanço nas tratativas diminuíram ainda mais após a declaração do representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, no domingo (3), afirmando que é “improvável” que os Estados Unidos fechem acordos com qualquer país nos próximos dias. O recado é visto como um sinal claro de endurecimento da postura americana, especialmente em meio à campanha presidencial de Trump, que tenta se firmar como defensor da indústria nacional.
*com BandNews Curitiba.
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