
Vereadora Lais Leão faz pesquisa sobre calçadas de Curitiba
No “Reclame Aqui” os participantes selecionaram quais os maiores problemas das calçadas de Curitiba. Vejam as opções no texto abaixo:
Após receber várias denúncias sobre a precariedade das calçadas de Curitiba, que vem causando desconfortos aos transeuntes, a vereadora Lais Leão (PDT), encomendou uma pesquisa para avaliar a situação e chegou à conclusão de
“há muito a ser feito e destaca que existem muitas críticas sobre o fato de proprietários dos imóveis serem os responsáveis pelas calçadas, considerando que se trata de um espaço público”.
A pesquisa ouviu a população sobre os principais problemas das calçadas de Curitiba. O formulário online “RECLAME AQUI: Calçadas de Curitiba! O que precisa melhorar?” foi divulgado nas redes sociais e captou as percepções da população sobre o tema.
“A nossa ideia era de alguma maneira compilar e deixar claro pra população que a gente quer ouvi-la, ter uma visão mais geral de como estava o panorama das nossas calçadas para poder também levar pro Poder Executivo, porque essa é a função do Legislativo, fazer essa ponte entre a população e a prefeitura”, explica Laís Leão.
O levantamento colheu dados concretos para dialogar com o Poder Executivo sobre a urgência de intervenções que garantam segurança, acessibilidade e dignidade no espaço urbano. Além disso, o material qualificará os debates sobre a revisão das regras de construção de calçadas e ajudará a mapear pontos que demandam maior atenção.
De 7 a 12 abril, os participantes puderam “abrir seu coração” e relatar quais obstáculos observam pelas ruas da cidade. A pesquisa recebeu 166 respostas sobre 9 das 10 regionais da cidade. Além disso, o mandato realizou coletas presenciais de dados com segmentos específicos.
“No meu entendimento pessoal deveria ser uma responsabilidade de poder público. Eu sei que é bastante oneroso e talvez isso dependesse de um período de transição, mas em termos práticos, eu acho que a gente precisa que a população entenda um pouco melhor de como é uma calçada ideal, que a prefeitura realmente estabeleça padrões viáveis e possíveis de executar, com materiais de qualidade”, explica.
Outro ponto levantado pela parlamentar é a importância de as regras de construção de calçadas serem claras e possíveis de serem aplicadas.
No “Reclame Aqui” os participantes podiam selecionar qual é o maior problema das calçadas de Curitiba. As opções eram as seguintes:
• Material da calçada
• Tamanho/Largura da calçada
• Regras muito complicadas para proprietários
• Falta de acessibilidade
• Falta de mobiliário urbano
• Falta de arborização e sombra
Para 58% dos participantes, a falta de acessibilidade é o maior problema das calçadas da capital. Veja a seguir quais os principais problemas apontados em cada área:
- Acessibilidade: falta de padronização dos tamanhos e materiais das calçadas;
falta de manutenção; problemas com obstruções no caminho (como a raízes de árvores);
- Mobiliário: falta de iluminação ou iluminação insuficiente; falta de lixeiras e de arborização;
- Material: descontentamento com pavers por conta da irregularidade e trepidação; críticas à lajota e ao petitpavé, considerados lisos e escorregadios; falta de padronização dos tamanhos e tipos de materiais.
- Regras difíceis: comunicação ruim sobre as regras; dificuldade de compreender as regras das leis e decreto;
O questionário abria ainda a opção de responder “Outros”. Vários participantes selecionaram essa opção para reclamar de trechos da cidade onde sequer há calçada. Confira algumas respostas ao questionário*:
- “As calçadas de paralelepípedo geralmente são as mais deformadas, o que dificulta muito para pessoas com alguma dificuldade de locomoção, além de serem escorregadias. Sem falar do paver.”
- “As calçadas com pedras de basalto são péssimas, além de superfície irregular, não proporcionam acessibilidade, as peças desprendem muito fácil, causam acidentes, espirram água suja pra cima quando pisamos após chuvas”.
- “Não existe padrão entre as calçadas, cada uma de um material diferente.”
- “A maior parte das calçadas da cidade estão precisando de manutenção, pois muitas são irregulares, estão quebradas, e ainda têm raízes de árvores causando desníveis e dificultando a acessibilidade.”
- “As calçadas precisam ser modernizadas, niveladas, arborizadas, colocar lixeiras porque tem muito falta principalmente em bairros”
- “Calçadas sem nenhuma acessibilidade, não tem nenhuma lixeira, mesmo sendo local de comércios, escolas, etc.”
- “As calçadas no meu bairro são estreitas, algumas quadras o proprietário deixou com grama, dificultando ou fazendo o pedestre ter que andar na rua mesmo.”
Bares e restaurantes
O mandato teve atenção especial à situação enfrentada pelos bares e restaurantes da cidade. Entre as questões levantadas pelos empresários estão a necessidade de condições mais claras e flexíveis de construção das calçadas, além da disponibilização pelo poder público de manuais e maior transparência quanto aos pareceres em caso de irregularidades. Uma das ideias propostas pelo grupo é a criação de um canal aberto e disponível para o esclarecimento de dúvidas.
Sugestões serão usadas pelo Ippuc
No dia 8 de maio a vereadora participou de uma oficina sobre melhorias das calçadas da capital promovida pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). O evento reuniu arquitetos e urbanistas, engenheiros, acadêmicos, organizações de proteção aos direitos de pessoas com deficiência, representantes da sociedade civil organizada e do Ministério Público.
Na ocasião, Laís entregou em mãos à diretora de Projetos do Ippuc, Daniela Mizuta, o relatório sobre as calçadas elaborado pelo mandato. O material se juntará às contribuições colhidas na oficina e que serão analisadas pelo Ippuc na revisão do decreto 1066/2006, que regra a construção de calçadas na cidade.
“A nossa ideia é realmente publicizar esses dados o máximo possível para garantir também que a população saiba da produção desse material e saiba qual é o direcionamento que a gente pretende tomar. Então, tem um espaço de transparência também no sentido de abrir um debate, abrir um diálogo sobre esse tema, para que a população entenda as questões que são mais difíceis e mais fáceis de serem resolvidas, quais são os pontos mais problemáticos”, conclui.