
Adolescente suspeito de apedrejar carro de emissora em Londrina é apreendido
A ação ocorreu durante uma onda de protestos na última semana; um ônibus chegou a ser incendiado
Um adolescente de 15 anos foi apreendido na manhã deste sábado (22) em Londrina, no Norte do Paraná, por apedrejar o veículo de uma emissora de televisão durante atos violentos ocorridos na cidade na última semana.
De acordo com a Polícia Civil, a apreensão ocorreu pelos atos infracionais de associação criminosa, dano qualificado e lesão corporal.
O jovem foi localizado na casa da avó, na zona sul de Londrina, e não ofereceu resistência ao ser conduzido à unidade policial. Durante seu depoimento, ele preferiu ficar em silêncio.
Desde o início das investigações, quatro suspeitos foram presos em flagrante por crimes ocorridos durante a onda de protestos. Outros seis tiveram a prisão preventiva decretada, dos quais quatro foram detidos e dois seguem foragidos.
Adolescente apedreja carro de emissora de TV em Londrina
Ainda segundo a polícia, o pedido de apreensão foi representado junto à Justiça depois que ele foi identificado como o responsável por apedrejar o carro onde estavam um cinegrafista e uma repórter.
Na ocasião, o homem foi atingido pelas pedras no tórax e no braço, enquanto a profissional teve escoriações no braço devido aos estilhaços de vidro que caíram sobre ela.
O delegado Willian Douglas Soares explica que o jovem já possui seis procedimentos registrados na Polícia Civil por envolvimento com o tráfico de drogas. As passagens policiais foram registradas desde quando ele tinha 13 anos.
“É possível que a ação dele na terça-feira tenha sido motivada pelo envolvimento que já possui com a criminalidade, uma vez que ele sequer mora na zona oeste da cidade, onde os atos violentos tiveram início”, diz o delegado.
Após os procedimentos de polícia judiciária, ele será encaminhado a um Centro de Socioeducação (Cense).
O que aconteceu em Londrina
Londrina enfrentou uma série de protestos após Kelvin Willian Vieira dos Santos, de 16 anos e Wender Natan da Costa Bento, de 20 anos, serem mortos durante uma abordagem da Polícia Militar (PM) na noite do dia 15 de fevereiro.
Inicialmente, as manifestações foram pacíficas, mas em determinado momento tomaram proporções violentas com um ônibus do transporte público queimado e carros apedrejados. O serviço municipal de transporte chegou a ser temporariamente interrompido, por cerca de oito horas, devido a gravidade dos ataques.
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Na terça-feira (18), o secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Teixeira, o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, Coronel Jefferson Silva, e o delegado-geral da Polícia Civil do Paraná, Silvio Jacob Rockembach, foram para Londrina com o objetivo de acompanhar a atuação das forças especiais de reforço que foram enviadas para controlar a situação na cidade.
“Desde o primeiro momento foi garantido o direito de manifestação das pessoas de forma pacífica, mas com o passar dos dias presumimos que algumas pessoas envolvidas em outros crimes se aproveitaram da situação para tentar gerar um caos na cidade”, explicou o secretário na ocasião.

A abordagem
A abordagem que resultou na morte dos rapazes ocorreu na zona oeste de Londrina. Uma equipe da PM deu ordem de parada ao carro que eles estavam. A polícia alega que os dois estavam envolvidos no furto de residências e que duas pistolas foram encontradas no carro. Ambos foram mortos a tiros.
Moradores que participaram dos protestos alegam que os jovens eram trabalhadores e negam o envolvimento com crimes.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) solicitou a ampliação das investigações sobre a atuação da polícia na abordagem que terminou com a morte dos jovens em Londrina. Entre as providências, a promotora de Justiça Susana Broglia Feitosa de Lacerda pontuou que sejam elaborados croquis da trajetória dos projéteis nos corpos, entre outras providências afim de esclarecer como ocorreu a ação policial.
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