
Como o Museu Oscar Niemeyer traz o melhor da arte internacional para Curitiba
O MON vem se destacando em trazer para Curitiba com exclusividade artistas de reconhecimento mundial, e junta-se ao eixo das grandes exposições de arte contemporânea.
O MON – Museu Oscar Niemeyer – junta-se ao eixo das grandes exposições de arte contemporânea mundiais, especialmente as das capitais latino americanas e dos museus de São Paulo e Rio de Janeiro. Nos últimos anos vem se destacando em conceber, montar e trazer para Curitiba com exclusividade artistas de reconhecimento mundial como as do mexicano Gabriel de la Mora, da portuguesa Joana Vasconcelos, do francês Jean-MichelOthoniel, do catalão Jaume Plensa e o convite à artista sul-coreana Jisoo Yoo para um diálogo com a exposição permanente Asia: a Terra, Os Homens, Os Deuses.
Artista e MON juntos na concepção e conceito da mostra
A equipe do MON está em constante busca sobre o que há de mais criativo e inovador no universo das artes visuais e, ao encontrar um trabalho que mereça uma grande exposição, seja de que país for, entra em contato com o artista e convida-o para vir a Curitiba para estudarem juntos o espaço, o conceito da mostra e como ela pode ser montada. O MON é criterioso porque as exposições são montadas exclusivamente para o espaço do Olho e as demais dependências, isto é, sob medida, usando uma expressão atual – “tailormade”.
Planejamento, organização e trabalho
Finalizado o acordo, é indicado o curador ideal para acompanhar o projeto e o artista inicia as obras especialmente para a sala a ser ocupada. Uma vez pronta a mostra, começa o trabalho de trazê-lo para Curitiba, o que exige planejamento cuidadoso, organização precisa e atenção aos detalhes. Juliana Vosnika, diretora do MON, explica que o museu tem realizado em média duas exposições internacionais por ano, todas de grande porte e importância, como agora a da francesa Eva Jospin e a sua floresta “Re-Selvagem” a qual começou a ser exposta ao público neste início de mês e vai até o princípio de agosto. Peças de coleções internacionais, além de altos valores, são sensíveis a qualquer manipulação, as da Eva Jospin, por exemplo, utiliza papelão, bordados, seda, madeira, bronze, tecidos e outros materiais frágeis.

Pessoal especializado e três anos de trabalho
Juliana explica que os visitantes enxergam as exposições maravilhados, mas não têm ideia de quanto foi realizado para que as obras chegassem até ali. “Mostras internacionais geralmente são iniciadas com três anos de antecedência e já começa envolvendo o nosso pessoal técnico que é composto por advogados, profissionais em transporte e logística de obras de arte, técnicos em conservação e restauro, organizadores, montadores, iluminadores, cenógrafos, seguranças, guias e professores de arte”.
Uma vez iniciado o processo da pré-produção, é feita a formalização dos contratos, a escolha da empresa de transporte que deve ser especializada em manuseio de arte, a contratação do seguro desde a coleta das obras em seu país de origem até a devolução ao artista – o seguro é uma das partes mais caras do evento. São emitidos documentos fiscais para importação, desenvolvimento de identidade visual, material gráfico, criação da expografia e projeto de iluminação.
Alfândega, seguro, montagem, iluminação e visitação
Uma vez liberadas as obras pela aduana, inicia-se a montagem, muitas vezes acompanhada pelo próprio artista. O museu tem uma equipe técnica para fazer este trabalho, explica Juliana. Após esta fase entram os técnicos da conservação e do restauro para a conferência dos laudos a fim de verificar se as obras chegaram nas mesmas condições que saíram do atelier do artista ou de outro museu. A montagem da exposição respeita ao máximo a segurança das obras. Depois de instalada no local, é organizada a cenografia e ajustada a iluminação. Enquanto isso é feito o treinamento da equipe de atendimento ao público e a difusão das informações pelo setor de Comunicação do Museu – assessoria de imprensa, redes sociais, comunicação dirigida e comunicação interna.
Muitas áreas, muitas exposições – o trabalho sem fim de uma equipe afinada
Além de possuir espaços internos como o Olho, três andares na Torre, dois espaços Araucária e mais 11 salas, pode-se contar com áreas externas que também abrigam exposições ao ar livre. Ao todo somam-se 35 mil metros quadrados o que faz do MON o maior museu de arte contemporânea da América Latina.
O MON também exporta arte – POTY em São Paulo
Ao mesmo tempo que se destaca na importação de mostras internacionais, o MON também leva obras do seu acervo (14.000 peças) para o interior do Paraná e outros estados, como a que está sendo exposta no White Box do Rosewood no Complexo Matarazzo em São Paulo – um espaço nobre localizado dentro de um bosque no centro da cidade que abriga mais de 450 obras de 57 artistas brasileiros. Desta vez foram 33 obras do nosso mestre Poty Lazzarotto, especialmente as que se referem às suas ilustrações de livros.
Terminado o tempo da exposição, o trabalho de retorno é quase o mesmo, como foi feito recentemente com a devolução das obras da Joana Vasconcelos, parte voltou ao seu local de origem na França e parte foi para uma exposição em São Paulo.

Por Eloi Zanetti, publicitário e escritor