Dados do Ministério da Saúde apontam que quase 8 milhões de brasileiros têm dislexia, transtorno de aprendizagem de origem neurobiológica que interfere no reconhecimento preciso das palavras, na decodificação e na ortografia.
De acordo com o neurologista e médico cooperado da Unimed Curitiba, Antonio Carlos de Farias, a dislexia resulta de uma diferença na forma como o cérebro processa a linguagem, especialmente na conexão entre sons e símbolos gráficos, letras e palavras.
“Pessoas com dislexia podem ter inteligência e criatividade dentro ou acima da média, mas enfrentam obstáculos em atividades que envolvem leitura e escrita. O diagnóstico precoce e o apoio correto fazem toda a diferença no desenvolvimento escolar, emocional e social”, aponta o médico.
Sintomas
A dislexia aparece logo nos primeiros anos escolares, quando a criança começa a aprender a ler e escrever, e tende a acompanhar o indivíduo por toda a vida. Mas os sinais, que variam de pessoa a pessoa, podem surgir ainda na fase pré-escolar. São eles:
– Atraso de linguagem
– Fala infantilizada persistente
– Pronúncia incorreta
– Dificuldade para memorizar letras e seus sons correspondentes
– Dificuldade de compreender rimas
Na vida escolar, podem aparecer: alfabetização mais lenta, leitura soletrada e pausada, interrupções diante de palavras longas ou desconhecidas e tentativas frequentes de adivinhação do que está escrito. Na escrita, são comuns erros ortográficos de natureza fonética.
Em adultos, a dislexia pode se manifestar como dificuldade para ler textos longos rapidamente, esquecimento de nomes ou informações escritas, problemas para revisar textos, escrever e-mails ou preencher formulários, além de ansiedade em situações de leitura em público. A organização também pode ser prejudicada, com confusão entre datas e compromissos.
“Esses sinais nem sempre indicam dislexia, por isso é fundamental buscar avaliação especializada com equipe multidisciplinar composta por fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogo e neurologista”, defende o médico.
Tratamento e qualidade de vida
Embora a dislexia não tenha cura, há diversas formas de intervenção que promovem avanços significativos na aprendizagem e na autoconfiança, como acompanhamento pedagógico e fonoaudiológico para melhorar leitura e escrita.
“A dislexia não impede o sucesso acadêmico ou profissional. Com autoconhecimento e apoio adequado, é possível desenvolver todo o potencial e viver com autonomia”, reforça o neurologista.
Para favorecer o desempenho e o bem-estar, hábitos saudáveis são essenciais: manter rotina de sono adequada, praticar atividade física regularmente, adotar alimentação equilibrada e buscar alternativas para reduzir o estresse. Terapias voltadas ao autoconhecimento, como meditação e psicoterapia, também contribuem para fortalecer a autoestima e melhorar a qualidade de vida.
Quer saber mais sobre o assunto? A Unimed Curitiba elaborou uma Cartilha sobre Desenvolvimento Integral da Criança em que profissionais que atuam na área de Reabilitação e Neurodesenvolvimento da cooperativa elencam os marcos de cada idade ao longo da infância e também um informativo completo sobre Dislexia: compreender é o primeiro passo para acolher.


