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Com aumento de focos de raiva no Paraná, Saúde alerta sobre contato com morcegos no verão 
Foto: Tatiane Dombroski/ Sesa

Com aumento de focos de raiva no Paraná, Saúde alerta sobre contato com morcegos no verão 

Ao longo do ano, foram registrados 242 casos positivos de raiva animal em 46 municípios do Estado

paranaportal - terça-feira, 17 de dezembro de 2024 - 13:28

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) emitiu um alerta, nesta terça-feira (17), para que a população redobre os cuidados e evite contato direto com morcegos durante o verão com o objetivo de prevenir a transmissão da raiva. A doença grave e quase sempre fatal tem a letalidade estimada em aproximadamente 100% pelo Ministério da Saúde. 

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que 41,6% dos casos de acidentes com morcegos ocorrem entre dezembro e março, sendo que os meses de janeiro e fevereiro apresentam um aumento expressivo nos atendimentos antirrábicos em comparação aos meses mais frios do ano.

Em 2023, entre janeiro/fevereiro (verão) e maio (outono), houve uma diferença de 83% nos casos, com volume muito maior nos meses mais quentes. Em 2024, o padrão se manteve, com uma diferença de 71% no início do ano em comparação com maio.

Os animais estão mais ativos nos meses mais quentes devido ao período de reprodução e a busca por alimentos e abrigo, aumento de atividades que eleva o risco de interação com humanos e animais domésticos, facilitando a contaminação da raiva. A doença é transmitida pela saliva de animais infectados, seja por mordidas, arranhões ou contato com mucosas e feridas abertas. 

Raiva no Paraná

De 2023 a novembro de 2024, os focos de raiva no Paraná saltaram de 148 para 203, segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Ao longo do ano, foram registrados 242 casos positivos de raiva animal em 46 municípios do Estado. A região de Cascavel, no oeste, é a mais afetada com 108 ocorrências de janeiro a dezembro. 

A maioria dos animais diagnosticados com a doença são bovinos, seguidos por equinos, muares, ovinos, suínos, morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue) e morcegos não hematófagos.

No Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, hoje, a transmissão por morcegos é a principal fonte de infecção da raiva em humanos no Brasil. Entre 2010 e 2024, foram registrados 48 casos de raiva humana no país. Desses, nove foram causados por mordidas de cães, 24 por morcegos, seis por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos e um por bovino. 

No histórico dos casos de raiva humana no Brasil, apenas dois pacientes sobreviveram

O que fazer

A orientação da Secretaria Estadual de Saúde é que no caso de sofrer qualquer tipo de agressão por animais mamíferos, a orientação é lavar o ferimento imediatamente com água corrente e sabão, procurar rapidamente uma unidade de saúde e realizar o tratamento antirrábico quando for indicado sem faltar às vacinações

O contato direto com morcegos por toque, arranhões ou mordidas é considerado grave e a pessoa ferida deve procurar a unidade de saúde mais próxima com urgência. É importante destacar que qualquer espécie de morcego pode transmitir o vírus da raiva, não apenas o hematófago. 

Ainda conforme a Sesa, no caso de encontrar um morcego com hábitos incomuns ou morto em casa a indicação é isolar o local onde o animal está ou prendê-lo com um balde, e em seguida, entrar em contato com a Secretaria Municipal de Saúde.

A vacinação anual contra raiva de cães e gatos, mesmo para animais idosos e que não tenham acesso às ruas, também é uma das principais formas de aviltar a doença em pets.

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