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A vergonhosa Guerra do Contestado contada pelo jornalista Jorge Bernardi
Foto/Reprodução capa do livro

A vergonhosa Guerra do Contestado contada pelo jornalista Jorge Bernardi

Uma sangrenta guerra, sem trégua, que manchou de sangue uma região conhecida como o Contestado localizada, hoje, no Estado de Santa Catarina.

Pedro Ribeiro - quinta-feira, 24 de abril de 2025 - 10:39

A curiosidade de jornalista sobre fatos históricos acontecidos no Brasil vem de longos anos. Sempre gostei de história e minha primeira coleção de livros – três volumes – foi comprada em 1965 e guardo até hoje: Universo e Humanidade.

Entre os fatos marcantes da nossa recente história, o interesse em saber sobre a Guerra do Contestado, Cerco da Lapa, Coluna Prestes, a História de Antonio Conselheiro (Canudos) Guerra dos Farrapos, Revolução Farroupilha, Rota dos Tropeiros, entre outros.

Recém-chegado à redação da Gazeta do Povo, em novembro de 1976, me chamou a atenção dois parrudos livros em cima de uma mesinha para consultas de todos: o dicionário Aurélio e o Almanaque Abril. Foi através deste último que mergulhei em várias histórias e acontecimentos no país.

A Guerra do Contestado, onde li vários livros, era um dos eventos que me aguçava a curiosidade porque envolvia disputa de terras entre Paraná e Santa Catarina. O Cerco da Lapa também foi uma resistência fantástica.

Foto: Reprodução/Instagram

Sobre a Guerra do Contestado, em recente visita ao professor e jornalista Jorge Bernardi, fui presenteado com um livro de sua autoria: “A Guerra do Contestado em quadrinhos”.

Em sua narrativa, Bernardi conta com base em pesquisas de anos, sobre os quatro anos  – 1912 a 1916 – dessa sangrenta guerra, sem trégua, que manchou de sangue uma região conhecida como o Contestado localizada, hoje, no Estado de Santa Catarina.

Este sangrento combate, segundo o autor da obra, envolveu, de um lado, humildes camponeses armados com revólveres, espingarda primitivas, espadas e lanças de pau, espoliados de sua terras, doadas pelos governos as empresas ferroviária, madeireiras e de colonização, que ocupavam há séculos e, do outro, as forças republicanas do exército brasileiro, polícia militar dos estados do Paraná e Santa Catarina, além de mercenários contratados pelas empresas de fazendeiros.

Bernardi mostra, em quadrinhos, o conflito que começou com uma questão de limites políticos entre os dois estados no início do século 20 e tornou-se um dos mais injustos e vergonhosos conflitos promovido pela elite política nacional e, principalmente, dos dois estados envolvidos, contra os primeiros moradores daquela região.

Foram muitas mortes. As baixas não foram apenas do lados dos camponeses como o monge José Maria, mas também muitos militares perderam a vida, como o coronel João Gualberto, comandante da Polícia Militar do Paraná. Segundo o professor Bernardi, o saldo dessa guerra aponta, no mínimo, três mil mortos.

Vale a leitura.

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