
Drama do morador de rua e drama do gestor municipal
“Como eles só saem da rua se quiserem, trabalhamos com a palavra ‘insistência’ , fazendo a abordagem várias vezes, afirma Eduardo Pimentel.
A conversa não é agradável e nos emociona, transbordando um sentimento de culpa, embora não as temos na sua totalidade, mas em parte, por fazermos parte de uma sociedade discriminatória. Ao entrevistar um cidadão em situação de abandono, vivendo embaixo de uma marquise no centro de Curitiba, as respostas, confusas, revelam insanidade mental e abandono familiar, além do uso de drogas, em especial o álcool. A exclusão social e econômica ainda é a grande vilã.
Curitiba tem, hoje, mais de 4,2 mil pessoas em situação de rua, obtendo um trágico troféu de a sexta cidade brasileira com mais pessoas vivendo em situação de miséria total.

O prefeito da capital paranaense, Eduardo Pimentel lamenta esse desagradável quadro, afirmando que se trata de “um desafio internacional”.
Ao falar para o Paraná Portal, o gestor municipal, que está há mais de oito anos dentro da Prefeitura de Curitiba, revela que não foram poucas, nos últimos anos, as tentativas de solução para o problema.
“Aumentamos o número das equipes de acolhimento na rua. Trocamos as Kombis por furgões mais equipados. E como eles só saem da rua se quiserem, trabalhamos com a palavra “insistência”, fazendo a abordagem várias vezes. Para que eles aceitem o acolhimento e entrem na nossa rede de cuidado social, que é completa”, afirma Pimentel.