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Brasil e Reino Unido firmam ponte para inovação financeira
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Brasil e Reino Unido firmam ponte para inovação financeira

Brazil–UK Fintech Forum destaca caminhos para fortalecer a inovação e a competitividade no setor financeiro global.

Lorena Nogaroli - quarta-feira, 7 de maio de 2025 - 14:29

O avanço da inovação no setor financeiro foi o foco central do Brazil–UK Fintech Forum, realizado na última semana, na Embaixada do Brasil em Londres. O evento reuniu profissionais, especialistas e representantes de empresas do setor de fintechs do Brasil e do Reino Unido para discutir tendências regulatórias, expansão internacional, infraestrutura tecnológica e estratégias de crescimento em um mercado cada vez mais interconectado.

Com uma abordagem técnica e estratégica, o fórum foi promovido pela Embaixada do Brasil em Londres, em parceria com o Departamento de Negócios e Comércio do Reino Unido (Department for Business & Trade), com o objetivo de estimular o intercâmbio de ideias e perspectivas entre dois ecossistemas que têm se destacado globalmente pela sua capacidade de inovação e adaptação regulatória — o Brasil, com soluções disruptivas como o Pix e o Open Finance; e o Reino Unido, com sua sólida infraestrutura regulatória e redes de investimento consolidadas.

Os painéis trouxeram reflexões práticas sobre os desafios e oportunidades no cenário atual de fintechs, com contribuições de profissionais que atuam em abos os países — muitos deles brasileiros que desenvolvem suas carreiras em empresas globais sediadas na Europa.

Ao longo do dia, foram abordados temas como expansão para novos mercados, navegação regulatória, adaptação de produtos financeiros a contextos locais e construção de parcerias estratégicas. A presença de nomes como Revolut, Wise, Pismo, Celcoin, Ebury e London Stock Exchange deu ao debate profundidade técnica e variedade de visões sobre o futuro da indústria.

Ambientes regulatórios e inovação

Um dos temas mais discutidos foi a forma como a regulação pode impulsionar ou frear a inovação. Experiências como o Open Finance, do Banco Central do Brasil, e os programas de inovação da FCA (Financial Conduct Authority) do Reino Unido ilustraram caminhos distintos com desafios semelhantes. “Ambos os mercados enfrentam dilemas parecidos, mas adotam caminhos distintos. O Brasil avançou muito na digitalização com o Pix, enquanto o Reino Unido é referência em previsibilidade regulatória”, destacou Colin Payne, da FCA.

As diferenças entre os modelos regulatórios alimentaram um debate construtivo sobre oportunidades de aprendizado mútuo, sem que isso signifique uma competição entre modelos. “O que vemos é que cada país tem ativos únicos. A troca de experiências fortalece o ecossistema global”, comentou Fernanda Garibaldi, da Zetta.

Fintechs globais, visões locais

Os participantes também discutiram estratégias de adaptação de produtos e serviços a diferentes culturas e legislações, além da importância da experiência do usuário (UX), canais de suporte locais e marketing regionalizado. As falas reforçaram que a internacionalização bem-sucedida depende de sensibilidade cultural e compreensão regulatória profunda — é necessário sensibilidade cultural, conhecimento regulatório e proximidade com o mercado-alvo.

Na sessão dedicada às oportunidades de mercado, executivos do Revolut, Wise, London Stock Exchange e Pismo abordaram como identificar janelas de expansão, avaliar riscos regulatórios e acessar redes de financiamento em múltiplas jurisdições.

Cooperação como vetor de avanço

Embora o fórum não tenha como foco formalizar parcerias institucionais entre os países, os debates revelaram convergências claras entre os dois ecossistemas financeiros — tanto em suas estruturas quanto nos desafios enfrentados. “É inspirador ver o quanto o diálogo técnico entre mercados maduros e em crescimento pode enriquecer soluções de ambos os lados”, afirmou Marie Walker, da Raidiam.

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