HomeDESTAQUEAcidentes em rodovias paranaenses acendem sinal amarelo

Acidentes em rodovias paranaenses acendem sinal amarelo

Em entrevista ao Paraná Portal, o presidente da Fetranspar, coronel Sergio Malucelli, lamenta o alto número de acidentes nas rodovias e fala sobre soluções

O registro de mais de 3.600 acidentes, com 300 óbitos, de janeiro a junho, nas rodovias federais no Paraná, acendeu sinal amarelo na Federação das Empresas de Transportes Rodoviários – Fetranspar. “É um número muito alto e nos preocupa. É um absurdo”, disse o presidente da instituição empresarial, coronel Sergio Malucelli.

Esses dados, segundo o dirigente empresarial, são apenas nas rodovias federais que cortam o Paraná. “O resultado, se contabilizarmos as rodovias estaduais, é bem pior”, lamenta.

Para Malucelli, são vários os motivos que levam a estes acidentes. A falta de infraestrutura nestas rodovias é um dos principais, aliado à ausência de fiscalização, de equipamentos tecnológicos que possam auxiliar para evitar estes lamentais acidentes.

“Eu tenho certeza de que uma estrada duplicada, uma estrada bem sinalizada, uma estrada em que o cidadão, o contribuinte transite com segurança, também contribui para a redução do acidente. Paralelamente a isso, precisamos intensificar a prevenção. A prevenção se faz através do policiamento efetivo, não apenas com o posicionamento de radares em pontos fixos”.

Para ele, radares em pontos fixos não são eficientes e o que reduz o número de acidentes é aumentar o contingente de pessoal humano para fiscalizar ao longo das rodovias, principalmente nos pontos já considerados críticos. Um exemplo é o trecho entre Curitiba a Paranaguá.

“Eu acho que o radar em pontos fixos não reduz nada. O que reduz realmente é você colocar uma pessoa, um policial físico, nos locais onde há uma maior incidência de acidentes. Exemplo, Curitiba-Paranaguá”, observou. De Curitiba a Paranaguá, “nós sabemos que o maior número de acidentes é registrado dos quilômetros 40 ao 32, na descida. Nós temos que ter pelo menos uma equipe de fiscais nestes locais, além de  monitoramentos digitalizados na rodovia”.

Malucelli criticou “a falta de telefones públicos ao longo das rodovias, ou sinal de internet. Muitos trechos você não consegue se corresponder com a concessionária”. Observou ainda que não são apenas acidente de trânsito nestas rodovias, como por elas passam drogas e armamento que vem de outros países, com desovas no Rio de Janeiro e São Paulo. Passa pelo Paraná, passa pela fronteira. E nós estamos focando só no acidente.

Perguntamos a Malucelli sobre questionamentos de usuários que afirmam ser os motoristas, principalmente de caminhões, os maiores responsáveis pelos acidentes. Ele disse que existe um sistema S que disponibiliza mais de 140 cursos para funcionários de transportadoras e também para o autônomo.

“Se você observar o percentual de acidentes, são 63, 64% agregados a uma transportadora, porque o efetivo logístico de uma transportadora tem seus caminhões próprios e caminhões que são agregados e o maior número de acidentes são dos agregados. Por quê? O autônomo tem pouco tempo de disponibilidade para fazer os cursos e o  transportador – empresas – já é mais organizado.

“Eu não tiro a responsabilidade das empresas de transportes, porque elas também são responsáveis pela qualificação e pela manutenção dos seus veículos, do seu implemento rodoviário. Não estou dizendo que o culpado é o autônomo, o culpado é o Estado, que não fiscaliza. O transportador também é corresponsável por esses índices de acidentes.

O setor de transportes hoje, vinculado à federação, com seus sindicatos, possui em torno de 20 mil empresas e180 mil funcionários que trabalham no setor de transportes.  E está faltando mão de obra para o setor – principalmente motoristas – a demanda é de 2.500 motoristas.

“Nós temos uma carência de mão de obra qualificada para o transporte. Hoje, os caminhões estão cada vez mais sofisticados. Um caminhão tem a mesma condição que o seu automóvel na parte digital, eletrônica. É igual, é idêntico. Portanto, para você ser um motorista de categoria E, você tem que saber um pouco de computação, um pouco de informática, saber ligar com essas tecnologias… Nós temos cursos gratuitos para preparar o condutor”.

Confira a entrevista completa:

Fique por dentro das notícias do Paraná

Assine, de forma gratuita, o canal de WhatsApp do Paraná Portal. Clique aqui.

MAIS LIDAS

ÚLTIMAS