Denúncias de Alvaro Dias contra Máfia das Loterias voltam à tona
Livro do escritor cuiabano, João Carlos Ferreira, mostra as denúncias do ex-senador paranaense na obra “A Máfia das Loterias”
As denúncias feitas em 2005 pelo então senador paranaense, Alvaro Dias, sobre a existência de fraudes e esquemas de lavagem de dinheiro envolvendo as loterias administradas pela Caixa Econômica voltam a ser lembradas em livro que será lançado dia 28 de março, em Cuiabá (MT).
A Máfia das Loterias, obra do escritor e historiador, João Carlos Ferreira, é relato recorrente da coragem do ex-senador que apontou suspeitas de que prêmio da Mega-Sena estariam sendo manipulados para lavar dinheiro proveniente do narcotráfico e do crime organizado.
Em entrevista ao Paraná Portal, o ex-senador lembra que na época, um levantamento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou perto de 50 casos suspeitos de lavagem de dinheiro. Havia, também, um grupo de 200 pessoas que teria ganhado 9.095 vezes nas loterias da Caixa Econômica entre março de 1996 e fevereiro de 2002.
No Senado, em 2007, Alvaro Dias detalhou como a lavagem de dinheiro poderia ocorrer nas loterias. Segundo ele, funcionários da Caixa informavam criminosos sobre vencedores legítimos, permitindo a compra dos bilhetes premiados. Essas fraudes envolvendo 75 pessoas, teriam movimentado mais de 30 milhões entre 2002 e 2006.
– É evidente que se trata de lavagem de dinheiro. O dinheiro sujo é entregue à Caixa Econômica e quem entrega o dinheiro sujo recebe o dinheiro limpo. É obvio que envolvia uma quadrilha – afirmou.
Toda essa trama é contada no livro. Alvaro Dias disse ainda que apostadores das loterias repetiam João Alves da CPI do Orçamento e ganhavam centenas de vezes “As denúncias que fiz no Senado estancaram o movimento criminoso, porém, não foram esquecidas e “inspiraram o brilhante escritor João Carlos Ferreira a lançar o livro “A Máfias das Loterias”.
Ao divulgar o esquema, o então senador foi convocado para depor na Polícia Federal porque se tratava de documentos sigilosos. “Fui à Polícia Federal e confirmei a divulgação e houve prescrição e arquivamento e não fui julgado. Quem denuncia é julgado, o denunciado, não. Esta é a perversa inversão de prioridade de valores prevalente no Brasil atual”, pontuou Alvaro Dias.
O livro a ser lançado às 9 horas do dia 28 de março, no Centro Político e Administrativo do Mato Grosso, em Cuiabá, terá a presença do ex-senador Alvaro Dias.
