
Só um milagre para o PT vencer as eleições de 2026, afirma Oriovisto
“Se não for feita a reforma da Previdência, que em 2024 apresentou um déficit de R$ 400 bilhões, a Previdência quebra ou ela acaba com o Brasil”, alerta o senador paranaense.
Para o senador Oriovisto Guimarães (PSDB), o “PT de Luiz Inácio Lula da Silva só vencerá as eleições presidenciais de 2026 por um milagre”. No Paraná, “ainda é muito cedo para analisar o quadro sucessório de Ratinho Junior que terá grandes chances de chegar ao Palácio do Planalto porque, certamente, a cadeira do próximo presidente da República será da direita”, pontuou o senador em entrevista ao Paraná Portal, nesta quinta-feira (27).
O Brasil está andando de lado e o governo federal não tem feito a lição de casa, disse Guimarães, observando que a política de Lula é desenvolvimentista onde o Estado é a locomotiva que joga dinheiro na economia e isto não é sustentável.
“O País está quebrado, com uma dívida interna próxima de R$ 7 trilhões (R$ 1 trilhão ao ano só para pagar os juros da dívida interna) que o governo não paga e só aumenta. No Brasil, se fala de déficit primário e pouco de déficit nominal, que é muito maior que o primário”, explica.
O senador entende que o “governo precisa demonstrar para o mercado que é capaz de produzir superávit primário e com isso honrar a dívida interna a longo prazo”.

Oriovisto Guimarães insiste em alertar os congressistas que o déficit primário representa um grande desafio para o Brasil. Para ele, o governo está gastando mais do que arrecada, sem contar os juros da dívida pública. Esse desequilíbrio fiscal gera desconfiança nos mercados, aumenta a inflação e reduz a capacidade de investimento do país em áreas essenciais, como infraestrutura, saúde e educação. Com o aumento da dívida pública, o Brasil se torna mais vulnerável a crises econômicas e, com isso, aumentando o risco de recessão e desemprego.
Para o senador, que não esconde certa frustração pelo clientelismo que ocorre no Congresso Nacional, a falta de reformas estruturais é um dos entraves para solucionar essa crise fiscal do país. Reformas como a da Previdência, política e do Judiciário são essenciais para modernizar o Estado, reduzir gastos e aumentar a eficiência da administração pública.
Mas há resistências de parlamentares em avançar com estas pautas, aponta Guimarães. Segundo ele, existem interesses corporativos e políticos, pois muitos desses parlamentares têm vínculos com grupos que seriam diretamente afetados por essas reformas.
Também a falta de consenso político trava as reformas que exigem apoio amplo no Congresso, mas a polarização e os interesses partidários dificultam a aprovação de medidas impopulares.
Outra reforma que precisa ser feita é a do Poder Judiciário, mas ninguém tem coragem de levar adiante este tema, pois o Poder Judiciário tem um peso significativo na política brasileira e muitas mudanças exigiriam alterar prerrogativas de juízes e ministros, algo que enfrenta forte resistência da própria magistratura.
Sem reformas estruturais, o déficit primário continuará a comprometer o crescimento do país, prejudicando as próximas gerações.
Diante deste quadro, “eu rezo para que o País encontre alguém que pense na economia e no povo. Eu tenho cumprido meu papel, com propostas e sugestões, mas, confesso, é difícil. Portanto, termino meu mandato no ano que vem e volto para Curitiba”, finaliza Oriovisto.
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