Há 50 anos, Curitiba viveu um dos episódios climáticos mais marcantes da sua história recente: a histórica neve de 17 de julho de 1975. O fenômeno foi causado pela combinação de ar polar intenso e alta umidade, e deu ares europeus à cidade, com uma camada branca nas casas e espaços públicos.
A neve começou pela manhã naquele dia, intensificou-se à tarde e mobilizou moradores nos quatro cantos da capital, que se divertiram com o raro fenômeno na região.
No dia seguinte, porém, o frio extremo provocou prejuízos no Norte do Paraná, com a geada negra dizimando plantações de café e, literalmente, mudando a economia do Estado.








Segundo o Simepar, a formação da neve exige temperaturas abaixo de 0 °C desde a superfície até 3 mil metros de altura, alta umidade e sistemas de baixa e alta pressão atuando juntos. Ciclones extratropicais também ajudam a levar umidade às áreas frias.
O processo de formação dos flocos de neve ocorre dentro das nuvens, com a formação de cristais de gelo. “Os cristais de gelo crescem através da sublimação, ou seja, troca da fase da água do vapor d’água para o gelo. Os cristais também podem crescer ao colidirem uns com os outros ou ao entrarem em contato diretamente com a água super-resfriada”, explica o meteorologista Leonardo Furlan.
Assim que os flocos de neve se formam, crescem e ficam pesados ao ponto de não ficarem suspensos no ar, eles precipitam em direção à superfície. Se a temperatura se mantiver abaixo de zero grau ou muito próximo a esse valor, a chance do floco cair integralmente é maior.
Apesar de ser a mais lembrada entre os curitibanos, a neve de 1975 não foi a única a cair sobre a capital Em 1928, outra nevasca causou acumulados de até 50 cm de neve em algumas regiões de Curitiba.
Após 75, a cidade registrou neve leve e granular em 1979 e 1981. No ano de 2013 a neve ocorreu com mais intensidade novamente no Paraná, e foi vista novamente em Curitiba. Em 2020 novamente houve precipitação de neve na capital, mas de forma rápida e leve, acompanhada de chuva congelada.
Ainda segundo o Simepar, as condições específicas para nevar têm sido cada vez menos frequentes nas últimas décadas, limitando as chances do fenômeno no Estado.
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