
Projeto itinerante leva atendimento oftalmológico a 67 mil crianças no Paraná
Batizado de Bons Olhos Paraná, o programa itinerante vai beneficiar estudantes da rede pública de ensino.
O Paraná lançou nesta semana um projeto para ajudar estudantes com baixa visão. Batizado de Bons Olhos Paraná, o programa itinerante vai beneficiar crianças da rede pública de ensino com a realização de 67 mil consultas e exames oftalmológico.
O investimento do Governo do Estado será de cerca de R$ 5,5 milhões, e também prevê a distribuição gratuita de 10,9 mil óculos aos estudantes de 93 municípios do estado com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal abaixo da média paranaense.
Em caráter piloto, a iniciativa inclui triagens, consultas oftalmológicas, exames especializados e a distribuição gratuita de óculos quando houver a identificação da necessidade por meio de diagnóstico médico. Os atendimentos acontecerão de forma itinerante, por meio de consultórios especializados instalados em uma carreta e um ônibus que vão percorrer o Paraná entre abril e julho nesta etapa do programa.
O programa será custeado com recursos do Fundo Estadual para Infância e Adolescência (FIA/PR).
“Muitas crianças não conseguem aprender direito, ou têm dor de cabeça enquanto estudam, e muitas vezes isso vem de um problema de visão que ela não sabe que tem e que pode ser resolvido com um simples óculos”, afirmou Ratinho Junior. “Vamos levar essa estrutura para as escolas da rede estadual para que as crianças possam fazer exames oftalmológicos e aquelas que porventura precisarem receberão óculos gratuitamente”.
Após os atendimentos nos 93 municípios que recebem a etapa piloto do programa, a intenção, de acordo com o governador, é ampliar a iniciativa para mais localidades. “Vamos começar com cerca de 70 mil atendimentos nessa primeira etapa nos municípios prioritários e a ideia é continuar expandir isso para outras cidades, levando o acesso aos serviços oftalmológicos para todas as nossas crianças”, concluiu Ratinho Junior.
Segundo o fundador da ONG Renovatio, Ralf Toenjes, uma das organizações parceiras do Governo do Estado no projeto, cerca de 18% das crianças têm algum tipo de deficiência visual, o que torna a correção destes problemas uma política pública de educação. “Estudos demonstram que 85% do aprendizado ocorre através dos olhos, então a escola pode ter a melhor estrutura do mundo, mas se a criança não enxerga ela não aprende, sendo que na maioria dos casos um óculos é suficiente para resolver esse problema”, defendeu.
Como vai funcionar o Bons Olhos Paraná
Para encaminhamento das consultas e exames, estão previstos mais de 67 mil atendimentos para credenciamento e triagem das crianças e adolescentes. Eles acontecerão de 7 a 25 de abril de forma presencial e online de 25 de abril a 13 de junho.
Quando necessário, os estudantes passarão por consultas e exames mais especializados, como testes ortópticos, retinografia colorida binocular, biomicroscopia de fundo de olho e mapeamento de retina. O pacote inclui ainda a administração de medicamentos em atenção especializada.
Os alunos que forem diagnosticados com problemas oftalmológicos receberão, de forma gratuita, óculos de grau com lentes antirreflexo e armações de acetato. Eles poderão escolher entre uma série de modelos e cores de armações disponíveis.
As ações do Bons Olhos Paraná são coordenadas pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social e Família (Sedef) e, além do aspecto voltado ao aprendizado, também servirá como prevenção da cegueira infantil e baixa visão de acordo com o chefe da pasta estadual, Rogério Carboni.
“É um serviço completo, em que o estudante em cerca de 20 dias após os exames terá os óculos em mão. E se durante os exames forem identificadas anomalias ou outras doenças que precisem de um atendimento complementar elas serão encaminhadas para a rede estadual de saúde para continuar o tratamento”, explicou o secretário.
Os municípios que receberão a primeira etapa do programa foram selecionados a partir de indicadores sociais que caracterizam regiões e locais com maiores índices de vulnerabilidade. Entre eles, estão o Índice Ipardes de Desempenho Municipal Dimensão de Renda (IPDMRenda) e o Índice de Vulnerabilidade das Famílias Paranaenses. Também foram incluídos os municípios integrantes do programa Rota do Progresso, por serem aqueles com menor renda média comparada às demais localidades do Estado.
Um dos municípios selecionados foi Itaperuçu, na Região Metropolitana de Curitiba. Parte dos estudantes das escolas estaduais da cidade passou por exames demonstrativos durante o evento, fato que foi mencionado pelo prefeito de Itaperuçu, Edilson Ruiz de Freitas. “Esse é um projeto de extrema importância para a saúde e a educação dos municípios, principalmente aqueles com IDH mais baixos, que é o caso de Itaperuçu. Com isso, o Estado demonstra que está atento às necessidades das pequenas cidades”, declarou.
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