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Curitiba realiza censo de pessoas em situação de rua

O Ippuc – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba – realizou um levantamento para traçar o perfil da população em situação de rua na capital, especialmente das pessoas que sobrevivem na região central.

O resultado do censo populacional mostra que 56% se declaram de cor branca e 90%, do sexo masculino. A maior parte (82%) já teve carteira assinada e quase todos (92%) estão em idade produtiva (18 e 59 anos).

“A intervenção da Prefeitura no Centro colocou a população em situação de rua em evidência e é uma grande oportunidade para a reconstrução intersetorial. Planejar o território e cuidar das pessoas sob a perspectiva da oferta conjunta de serviços das diversas políticas afins são estratégias que têm potencial para reconstruir espaços e, sobretudo, promover cidadania”, afirma a presidente do Ippuc, Ana Zornig Jayme.

Para traçar o perfil dos curitibanos em situação de rua, foram usados dados do Cadastro Único (CadÚnico) e da Central 156. Também foram elencadas as áreas de maior concentração dessa população, bem como a oferta de atendimento por ações voluntárias da sociedade civil: Praça Tiradentes, Paço da Liberdade, Rua XV de Novembro na esquina com Monsenhor Celso, Praça Rui Barbosa, Terminal Guadalupe, região da Rodoferroviária, Mercado Municipal e Viaduto Capanema.

Em junho de 2024, Curitiba contabilizava 4.090 pessoas em situação de rua no CadÚnico, das quais 3.245 estavam com as informações atualizadas. Essa foi a base utilizada para o levantamento-piloto, com enfoque na região central, em que também foram destacados os dados das 1.697 pessoas cadastradas em equipamentos públicos situados na Regional Matriz.

Mais da metade da população de rua (55%) é de Curitiba ou mora na cidade há mais de 10 anos. Dentre os motivos que ocasionaram a ida para as ruas, estão o desemprego, problemas familiares, alcoolismo e ainda a perda de moradia.

Conforme os dados deste público no CadÚnico, em toda a cidade, 55% não dormem propriamente ao relento, recorrendo a albergues, hotéis e pensões municipais. A base também indica que 41% dos cadastrados na Regional Matriz trabalham na coleta de materiais recicláveis, construção civil, vendas, serviços gerais, como guardadores de carro ou carregadores.

Os resultados vão ajudar a discutir ajustes nos serviços já oferecidos pelo poder público, como acolhimento institucional, qualificação e oportunidade de trabalho, bem como novas políticas públicas que contribuam para a saída dessas pessoas das ruas.

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