
Inflação em Curitiba supera média nacional em março
Preços das frutas e do café foram os que mais pesaram no bolso dos curitibanos
Curitiba e Região Metropolitana registraram uma inflação acima da média nacional em março, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A elevação foi de 0,76% na capital paranaense, uma das mais altas do país, empatando com Porto Alegre. No mesmo período, o índice geral do Brasil ficou em 0,56%.
Em março, os grupos que mais impactaram o orçamento dos curitibanos foram Vestuário (+1,65%), Alimentação e Bebidas (+1,34%) e Transportes (+1,00%).
Para o economista e assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, a inflação tem sido impactada pela atual dinâmica do mercado de trabalho, especialmente em regiões com maior aquecimento econômico. “A dinâmica no mercado de trabalho vem contribuindo para a aceleração inflacionária no Brasil e em Curitiba e Região Metropolitana, influenciando principalmente os preços dos serviços”, analisa Dezordi.
Esse movimento inflacionário é explicado, em parte, pela redução do desemprego, que tende a elevar os salários e, consequentemente, os custos de produção, especialmente nos setores que dependem fortemente de mão de obra, como os serviços. “Com mais pessoas empregadas e ganhando melhor, o consumo também aumenta, o que pressiona a demanda e contribui para a alta dos preços”, reitera.
Em 12 meses, o IPCA geral acumulou inflação de 5,48% na economia brasileira e de 5,43% em Curitiba e Região Metropolitana.
Conforme avalia o assessor econômico da Fecomércio PR, os índices se mantêm elevados e já superam o teto da meta oficial da inflação, fixado em 4,50%. “Observaremos, portanto, uma inflação oficial acima do limite de 4,50% em 2025”, comenta Dezordi. “Com uma inflação mais elevada e persistente, a política monetária ficará mais restritiva”, projeta.
Maiores altas e quedas do IPCA no mês de março
Os itens que mais subiram de preços em Curitiba e Região Metropolitana no mês de março foram as frutas, com destaque para o tomate (+39,39%), manga (+24,02%), melancia (+16,73%) e mamão (+13,14%). O café moído também sofreu alta considerável, de 12,14%, assim como o ovo de galinha, com aumento de 9,50%.
Segundo o economista Lucas Dezordi, o encarecimento das frutas está relacionado ao período de entressafra, fenômeno sazonal que afeta a oferta, e tende a arrefecer ao longo do ano. “Esse movimento é típico dos primeiros meses do ano, mas a expectativa é de que os preços se estabilizem gradualmente com a retomada da produção”, explica.
Por outro lado, alguns alimentos apresentaram recuo, aliviando a conta do supermercado em parte dos lares. As maiores quedas de preços foram observadas em itens como cebola (-7,16%), batata-inglesa (-6,27%), contrafilé (-6,12%), chã de dentro (-5,91%), presunto (-3,65%), patinho (-3,33%) e costela (-2,67%). “A inflação das carnes perdeu força em março e a tendência é continuar desacelerando nos próximos meses”, destaca o assessor econômico.
Fonte Fecomércio